Ao final de cada temporada é importante fazermos uma retrospectiva para apontarmos os acertos e os erros. Claro que neste ano, diante dos pífios resultados, muitos erros foram cometidos. A justificativa da falta de dinheiro sempre foi colocada à frente. Óbvio que esse não é o único fator dos problemas no elenco. Impede grandes aspirações para a montagem, mas, contrariando o discurso, gastou-se muito e mal.
A análise de quem atuou com a camisa tricolor foi baseada jogo a jogo, portanto, alguns começaram bem e desandaram; outros, fizeram o percurso inverso; a maioria, decepcionou. Não estão presentes as atuações do Estadual. Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-Americana e, principalmente, deram subsídios suficientes.
Para não ficar longa e cansativa, dividimos a avaliação em partes. Nesta coluna, começamos pelos goleiros:
RODOLFO
Logo na estreia contra o Goiás, naquele gol de falta de Rafael Vaz, escrevi que o Fluminense precisava procurar um goleiro. Dito e feito. Para não ficar só nas derrotas, naquela épica vitória sobre o Grêmio, fiz o seguinte comentário: “Independentemente da bela vitória, não é goleiro para o Fluminense”. Não há dúvidas quanto a veredicto. O problema com as drogas é outra questão. O lado humano fala mais alto e o Fluminense tem o dever de dar todo o auxílio.
Melhor atuação: contra o Santos, na Vila. A derrota poderia ter sido pior: “Sem culpa nos gols e ainda fez três grandes defesas”.
Pior atuação: contra o Goiás, na estreia: “No gol, mesmo a bola passando por baixo da barreira, não era impossível a defesa. Ou o Fluminense procura um goleiro, ou vai tomar muitos gols desnecessários”.
AGENOR
Começou bem, contra o Cruzeiro, na goleada de 4×1. Apesar do físico avantajado, estava em melhor momento do que Rodolfo. O gol que entregou contra o Bahia ao tentar o drible desestabilizou-o. Daí em diante caiu de produção e se igualou a Rodolfo. Sem espaço, foi dispensado antes do fim do ano.
Melhor atuação: 2×2 contra o Cruzeiro no Mineirão, pela Copa do Brasil: “Grande defesa no pênalti de Sassá. Fez outras boas defesas. Sem chances nos gols”.
Pior atuação: Bahia, ao tentar driblar na área: “Cometeu o erro mais óbvio nesse esquema do Fernando Diniz ao tentar driblar o adversário. Todos já entram preparados para pressionar o goleiro. Fez o certo na cobrança de pênalti, mas o árbitro…”.
MURIEL
Não começou bem. Inseguro, dificuldades com os pés, exigência do esquema de Diniz, causaram apreensão na torcida: “mais um que vem para não resolver”. Aos poucos, foi mostrando que tinha qualidades. Em outubro, no jogo contra o Botafogo, escrevi: “Está fazendo a torcida esquecer os problemas com os goleiros anteriores”. Melhorou os reflexos, tornou-se seguro e aperfeiçoou o jogo com os pés. É um nome que tranquiliza a torcida para 2020.
Melhor atuação: no Castelão contra o Fortaleza: “Um dos responsáveis pela vitória. Um paredão. Fez inúmeras defesas salvadoras”.
Pior atuação: na derrota para o São Paulo no Maracanã: “Falhou feio no gol de Reinaldo. Depois, fez defesas fáceis. Tem dificuldades para jogar com os pés e para sair rápido com as mãos”.
MARCOS FELIPE
Estava ali o tempo todo. Foi o quarto goleiro a entrar e só entrou porque Muriel se contundiu. Começou meio tímido, foi ganhando confiança e fez a torcida não sentir falta de Muriel. Claro, que não vai ser titular quando Muriel voltar, mas mostrou que tem condições de ser o segundo goleiro, a não ser que o clube tenha dinheiro para trazer algum nome de primeira grandeza. Não vai acontecer, então, o Fluminense precisa pensar num terceiro goleiro. Marcelo Pitaluga, da Seleção campeã mundial sub-17, pode ser o quarto goleiro até pegar experiência.
Melhor atuação: contra o Avaí, defendeu um pênalti, mas o árbitro mandou voltar. Também se destacou contra o CSA, em Maceió.
Pior atuação: foi regular.
Panorama Tricolor
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