Fluminense 2 x 4 Botafogo (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, parece que o Fluminense entrou em campo na tarde deste domingo para perder. Com qual propósito? Não sei. Talvez provocar um Fla-Flu nas semifinais, mas por que e para quê?

A escalação já não animava muito. Lima de primeiro volante, um meio de campo com Renato Augusto e Terans, sendo que o segundo ainda não justificou sua contratação, ainda que saibamos que tem potencial para ser uma peça importante.

Foi peça nula, como Renato Augusto e Guga. O improvisado Lima até que ainda se saiu muito bem, sendo a principal peça do meio de campo no primeiro tempo. Lelê fez um gol de oportunismo, mas perdeu dois gols de cair a dentadura da boca e a peruca da cabeça.

JK, que precisa controlar o ego, não jogou nada. Foi desarmado em vários lances como uma criança de colo brincando com adultos. Acabou ganhando a oportunidade de se redimir e cobrou o pênalti do gol de empate como um craque, que é, mas que não pode se perder na vaidade.

Um gol que de nada adiantou, porque André, o outro astro da companhia, que entrou na segunda etapa, decidiu entregar a rapadura no minuto seguinte, sendo desarmado infantilmente e, como último homem da defesa, cometendo pênalti, que Marlon Freitas converteu. De quebra, ainda levou o vermelho e está fora do primeiro jogo da semifinal do Flamengão.

Tivemos um primeiro tempo bom, divertido, com três gols e muitas oportunidades para ambos os lados. Esse nosso goleiro, aliás, é melhor nem falar. A arbitragem foi decisiva para o Botafogo nos quinze minutos iniciais, quando marcaram seus primeiros dois gols. Depois de matar um ataque do Fluminense, que encontrava a defesa do Botafogo com os portos abertos às nações inimigas, marcando mais um de três impedimentos inexistentes, deixaram de marcar falta em Lima, que originou o segundo gol do Botafogo.

Um jogo que misturou cenas de pastelão à carioca com uma chatice infindável no segundo tempo, com muita fofoca, disse-me-disse, empurrão para cá, puxão para lá e pouco futebol. Apesar dos três gols nos dez minutos finais.

É bom lembrar de que esse Fluminense vencedor começou sua trajetória vencendo clássicos cariocas, algo que não temos feito ultimamente. Só na Taça Guanabara, duas derrotas e um empate. É um dado subjetivo? Sim, mas é um dado.

Ganhamos a Recopa? Sim, mas continuamos emitindo sinais contraditórios, com predominância dos ruins. É verdade que tem muita gente nova chegando, que é preciso treinar, adaptar e entrosar. Tudo bem, mas precisamos de menos malabarismos nas substituições e mais coerência nas escolhas.
Jogamos para perder e perdemos. Agora precisamos saber para que, sem, claro, tirar os méritos do Botafogo, que jogou com intensidade, ocupação de espaços e falhas graves na defesa no primeiro tempo. No mais, temos um mês para pensar no tri, mas é melhor justificar a presença da torcida no estádio.

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Por razões óbvias, o episódio Lusagate foi eliminado do noticiário nos últimos quase dez anos, mas sempre tem algum incauto para ressuscitar as mesmas ilações que levaram ao embate histórico da torcida do Fluminense e da mídia tricolor contra a Flapress.

Quando alguém escreve algo e coloca no título a morte do então presidente da Portuguesa e a conquista da Recopa pelo Fluminense, temos uma ilação. Para além das ilações, só cabem os sofismas, que é sobre o que se sustentam as teses que relacionam coisas que não cabem numa mesma análise.

O nome de coisas assim é malícia, algo que anda em alta por essas bandas. Algo que tem que ser combatido sempre. Não há qualquer lógica – e a gente sabe que isso é coisa em extinção – em relacionar a escalação irregular de Héverton com o Fluminense.

Talvez houvesse se você relacionasse também a escalação de André Santos pela Dissidência um dia antes.

Até porque, se a Dissidência se vendeu ao seu maior rival, não haveria por que a pobre Lusa fazer o mesmo. É só olhar a tabela.

Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. Da escalação inicial só discordei do Felipe Alves no gol, quando as vezes que o Victor Eudes entrou entregou bem mais, além de mais seguro, e também a escalação de Lelê e JK no mesmo time. Por que não deixou um dos dois para substituir o outro? Por que não colocou o Isaac ou estreou com o Kulumi na ponta com um dos centroavantes centralizado? Para jogar com JK e Lelê tinha que fazer jogarem como Whashington e Assis, mas aí acho que o Terans deveria fazer o papel do Assis.

    Depois, vendo a improdutividade de Antônio Carlos, que entrasse com o Manoel e não o André, deslocado para a zaga. Se fosse para entrar com algum jogador que tivesse jogado contra a LDU, que entrasse com o Ganso no lugar do cansado Renato Augusto. Alexander não estava mal.

    Diniz consegue uma classificação ou um título com uma estratégia e parece achar que ela funcionaria sempre. Aconteceu quando passamos pelo…

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