Quem pegar para assistir somente aos melhores momentos, vai ficar com a impressão de que foi por muito pouco que o Fluminense não buscou a classificação, mas a realidade é que o Juventude foi superior nos dois confrontos. Quando precisou ser protagonista em Caxias, atacou e virou o jogo; quando pode especular e jogar com o regulamento, foi implacável em armar seu catenaccio.
Essa eliminação, bem como o momento que ainda vivemos no Brasileiro, começou a ser moldada e talhada desde o dia primeiro de fevereiro, quando de forma inusitada e previsível, desastrou o planejamento de retorno daqueles que esticaram a temporada para disputar o Mundial da FIFA em meados de dezembro, barrando na marra os moleques do Marcão e tirando deles os preciosos minutos para demonstrarem suas performances.
Na partida de ida, Mano Menezes se viu coagido a poupar o estoque de energia de alguns atletas para enfrentar o Esporte Clube Bahia (hoje Bahia SAF City Group) e vencer pelo Brasileirão.
Na volta, restou disputar uma partida com menos energia e contra uma equipe que veio defender uma vantagem, ampliada pelo gol que conquistou ainda aos cinco minutos de partida, mudando radicalmente o planejamento da equipe tricolor.
O Juventude conseguiu ter tranquilidade para mapear como defender o Fluminense, desde o início, mesmo passando por alguns sustos no início da segunda etapa, culminando com a quase desesperação no final, quando o Flu reagiu e empatou a partida, fazendo supor que conseguiria a remontada.
Já o Fluminense, com a posse total e já dentro do campo adversário, encontrou dificuldades homéricas, sendo pouco criativo e contando com pouca inspiração de algumas peças em campo, sobretudo o lado esquerdo, com exibições precárias de Diogo, Serna e Martinelli, aliado a erros defensivos dos zagueiros, cada qual em um dos gols da equipe da Serra Gaúcha.
Marcelo entrou e saiu de campo poucos minutos depois, em cena sentimental, lembrando muito o momento derradeiro de Deco, quando decidiu, enfim, se retirar do futebol profissional, pois do alto rendimento, tanto Deco como Marcelo, se retiraram bem antes de envergar as cores eternas tricolores. M12 sentiu dores após chutar uma bola ao gol. O chute é um dos movimentos mais básicos do futebol.
O que deveria ser um ano de reafirmação de grandeza e conquistas, vem sendo pavimentado até aqui, pelo planejamento esdrúxulo, uma temporada vexatória, cujo maior troféu, muito provavelmente seja o de – mais uma vez – apenas escapar do umbral da Série B, algo que deveria ser proibido para o Fluminense Football Club, dada sua história recente de rebaixamentos em sequência.
“A cera da vela queimando. O homem fazendo o seu preço. A morte que a vida anda armando. A vida que a morte anda tendo”.
Que São Jorge e Òrìsà Ayrà nos permitam sobreviver até final desta época.
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FLUMINENSE 2 x 2 JUVENTUDE (Agregado 4×5)
Copa do Brasil – Oitavas-de-final (volta)
Maracanã – Rio de Janeiro-RJ
Quarta-feira, 07/08/2024 – 21:30h (Brasília)
Arbitragem: Raphael Claus (FIFA/SP). Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Brigida Cirilo Ferreira (AL). Quarto árbitro: Andre Luiz Skettino Policarpo Bento – MG. VAR: Gilberto Rodrigues Castro Junior – PE.
Renda: R$ 1.230.915,00
Público: 39.427 pessoas presentes
Cartões Amarelos: Thiago Santos 72’ (FLUMINENSE); Alan Ruschel 44’, Thiaguinho 60’, Jádson 63’, Diego Gonçalves 90’+2’ (JUVENTUDE)
Gols: Kauã Elias 90’, Keno 90’+3’ (FLUMINENSE); Lucas Barbosa 6’, Marcelinho 86’ (JUVENTUDE)
FLUMINENSE: 1-Fábio; 2-Samuel Xavier (9-John Kennedy 78’), Thiago Silva©, Thiago Santos e 6-Diogo Barbosa (12-Marcelo 57’/53-Esquerdinha 62’); 7-André, 8-Martinelli (45-Lima 46’) e 10-Ganso; 21-Jhon Arias, 90-Kevin Serna (11-Keno 46’) e 19-Kauã Elias. Téc.: Mano Menezes. 4-3-3
JUVENTUDE: 1-Gabriel, 14-Ewerthon, 34-Rodrigo Sam, 3-Zé Marcos e 28-Alan Ruschel©; 16-Jádson, 8-Thiaguinho (43-Lucas Freitas 66’), 21-Lucas Barbosa (11-Marcelinho 77’), 7-Erick (9-Gilberto 90’) e 44-Luis Mandaca (5-Luís Oyama 66’); 17-Edson (13-Diego Gonçalves 77’). Téc.: Jair Ventura. 4-2-3-1