Amigos, amigas, foi um bom jogo no Maracanã, em que o Fluminense foi superior ao Botafogo durante os 90 minutos. O resultado não foi justo frente ao que fez o Fluminense no jogo, de tal forma superior que conseguiu buscar o empate após ter estado perdendo de 2 a 0.

O futebol é um jogo que não foi feito para ser justo. O Botafogo marca o seu primeiro gol em uma jogada aleatória, quando o Fluminense já construíra pelo menos quatro oportunidades claras de gol trabalhando a bola. Aliás, o Fluminense, em muitos momentos, deixou de exercitar o seu paradigma e acabou sofrendo com isso.

Mesmo assim, se houvesse placar justo no primeiro tempo, seria de no mínimo 1 a 0 para o Fluminense. Mas, como a gente sabe, futebol é bola na rede e não justiça. Mal começou o segundo tempo, o Botafogo chegou ao segundo gol.

Pensava eu, nesse momento, como seria avaliada a atuação de Diniz, que tirara Manuel, um zagueiro, para colocar Nathan, um meia, recuando André para a zaga. Era Manuel quem marcava o moleque endiabrado deles, sem permitir que nada criasse durante toda a primeira etapa.

Diante de uma derrota aparentemente iminente, imagino como seriam as opiniões deletérias com relação ao nosso treinador. Pensava, por outro lado, como seria se o Fluminense virasse o jogo, condição em que seria exaltada a genialidade de Diniz, mesmo que tal decisão já não seja uma novidade. Afinal, Diniz já fez isso outras vezes.

Mesmo com desvantagem ampliada no placar, o Fluminense continuou superior, mas faltavam ações mais agudas, para quebrar a marcação bem feita do rival. A entrada de Matheus Martins foi a solução. Em uma única jogada, Matheus Martins bagunçou as perspectivas. Entrou driblando pela esquerda e foi derrubado na área. Pênalti, que Ganso cobrou com a categoria de sempre. Bola para um lado, goleiro para o outro.

Parecia claro que o Fluminense, com muito volume de jogo, empataria, e nada impossível a virada. O gol de empate veio antes dos quarenta, depois do assédio tricolor à área alvinegra, que culminou no arremate indefensável dele, Matheus Martins, o nome do jogo, sem dúvida alguma.

O gol da virada não veio e seguimos nossa peregrinação rumo à fase de grupos da Libertadores, que é o que nos resta na temporada. O importante é que, mais uma vez, o Fluminense mostrou que não está onde está por favor ou acidente. Apesar das baixas, decorrentes da fragilidade econômica do clube e de uma gestão errática em vários aspectos, ainda somos capazes de colocar em campo um dos melhores times do país.

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Fábio está arcando com as consequências de ter desrespeitado a torcida do Fluminense. Porque o torcedor que paga ingresso, que consome produtos do clube e paga plano de sócio não é obrigado a se moldar a uma forma de torcer que lhe transforma tão somente em um objeto.

Objetos não têm vontade, não têm senso crítico, não têm emoções. O torcedor tem e a arquibancada é o lugar de manifestar esses valores, seja apoiando a equipe em campo, seja vaiando atuações esdrúxulas ou opiniões desrespeitosas perante sua autoridade.

O torcedor não recebe salário do clube, não é claque nem massa de manobra. A torcida, que enfrenta um sistema nefasto, que ultraja as consciências, e mesmo assim resiste, tem que ser reverenciada. Se Fábio fosse capaz de compreender o que é ser tricolor, ser resistência diante de um sistema perverso, desonesto, irresponsável e destrutivo da nossa identidade, jamais ergueria a voz para nos criticar, porque ser tricolor, acima de tudo, é ter valentia, pensar fora da caixa, não ser massa de manobra de ninguém.

Saudações Tricolores!