Amigos, amigas, o melhor do jogo de hoje foi romper com a rotina de vitórias escassas. Isso é muito importante, porque precisamos retomar a rotina de vitórias na temporada para alcançarmos nossos melhores sonhos. Não falo objetivos, porque isso cabe mais ao clube do que a mim.
O Fluminense, dentro do seu modelo de jogo, fez um primeiro tempo contraditório. Ao mesmo tempo em que acumulamos manobras belíssimas, também acumulamos manobras totalmente aleatórias numa região do campo em que isso é mortal. Quase sofremos, inclusive, um gol nos primeiros dois minutos de jogo.
Tem um lance espetacular, em que o Fluminense manobra junto a linha lateral do seu campo defensivo, atraindo (sem muito esforço) uma legião de adversários. Eu fico imaginando se um passe de Ganso não houvesse sido interceptado pelo adversário. Nós teríamos parado na cara do goleiro e falariam desse gol durante meses. Um lance em que fomos desarmados dentro da nossa intermediária. É preciso ter um olhar muito treinado para as entrelinhas, mas via esse lance acontecendo a cada passo.
Ao mesmo tempo, nossa saída de bola nunca abusou tanto da falta de propósito e de fundamento de jogo como hoje. Vencíamos por 1 a 0 quando Nino sofre falta e é desarmado, originando o gol anulado, corretamente, do Fortaleza. O fato, porém, é que a manobra de Nino é totalmente equivocada, gerando um risco desnecessário, porque sem estar relacionado a nenhuma oportunidade.
O que acontece nessa jogada é uma falha coletiva. Falta aproximação dos homens de meio para dar opção de passe. Sem ela, Nino tenta a jogada individual. Acossado pela marcação adversária, seria melhor ter dado um chutão na bola e reclamado dos companheiros. Menos mal que a manobra de marcha à ré foi interceptada faltosamente.
Enquanto isso, Paulo Henrique Ganso mostrava por que é o natural camisa DEZ da Seleção Brasileira. A cada lance de que participava, arrancava suspiros incrédulos, como se fizesse algo jamais experimentado. E foi assim enquanto esteve em campo, principalmente no primeiro tempo, quando o Fluminense não abriu mão de ter o controle da bola e dos espaços do jogo. Partida magistral de Ganso, Árias, André e Cano. Quando os craques jogam, tudo fica mais fácil.
Contra o Fortaleza, porém, parece que essa coisa de ficar mais fácil não faz parte da agenda. Foi um jogo de matar, cheio de riscos, muitos proporcionados por nossas próprias deficiências, sobretudo quando tentamos marcar em bloco médio baixo, sem conseguir neutralizar as bolas que passavam por cima das nossas linhas, quase sempre encontrando cabeças adversárias. Isso aconteceu no segundo tempo de forma angustiante, principalmente quando cabia a Caio Paulista fazer a interceptação.
Menos mal que saiu dos pés do nosso lateral fake o lance do gol de desempate. Saiu, na verdade, de uma falha de Thiago Galhardo, que, pressionado, afastou a bola, que estava junto à linha de fundo, dentro da área, para a frente, encontrando o atleta tricolor, que bateu de chapa, de fora da área, acertando a trave, para que a bola encontrasse os pés de Cano. O artilheiro faria seu segundo gol na partida, com a simplicidade que lhe é peculiar.
Já marcara o primeiro, após bola de bilhar de Ganso, em que dominou de costas, fez o giro e bateu no gol. O desvio no defensor foi fatal, ao mudar a trajetória da bola, para Fernando Miguel.
Fluminense 2 a 1, uma vitória até merecida, mas cheia de pontos de interrogação. Pelo menos o homem do “L” mostrou que continua capaz de decidir, assim como Ganso, em partida esplêndida, assim como Árias. Pena que André não vá estar em campo para o jogo com o Corinthians. Até mesmo um belo trabalho coletivo está mais perto do sucesso quando o craque está em campo.
Que Diniz tenha, além do talento, clarividência para mapear o caminho da classificação para a final da Copa do Brasil. Yago, no lugar de Nonato, só comprometeu no lance do gol do Fortaleza, o que não é pouco. Acabou que o time, com sua substituição por Martinelli, ficou mais submisso às ações do Fortaleza em campo, o que trouxe mais riscos à nossa apertada e santificada vitória. Não é tão fácil, quanto se esperava, substituir Nonato.
Apesar disso, seguimos em nossa semana decisiva em ambas as competições, justamente contra os times do sistema. Na quinta, temos que superar o Corinthians por uma vaga na final da Copa do Brasil. No domingo, confronto direto contra a Dissidência pela continuidade na briga pelo título brasileiro, mesmo que seja um propósito distante para quem precisa tanto de tropeços de um Palmeiras tão regular.
Saudações Tricolores!