Uma semana após carimbar a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores, vencendo o precário Cerro Porteño no Maracanã, o Fluminense tinha de entrar em campo para confirmar o avanço de fase na Copa do Brasil.
O Sampaio Côrrea, praticamente abriu mão de tentar o milagre, uma vez que se encontra em situação complicada na Série C do Brasileirão, o verdadeiro campeonato que importa para sua existência, minimamente razoável.
Ao Fluminense coube usar este jogo para testar novas situações, novos jogadores ou até reintegrar aqueles que mais habitam o departamento médico do que o campo de jogo.
Fernando Diniz, que agora está com seu contrato esticado até o final de dois mil e vinte e cinco, não fez esse expediente, mas sim mandou ao relvado os pupilos, veteranos e aqueles que já não precisam de jogos assim, mas talvez precisem das minutagens que eles geram, de olho em renovações automáticas, bônus, aditivos e outros ganhos que poderão ser cobrados na Justiça, gerando honorários parrudos por meio de acordos e processos.
Com a intensidade de um funcionário de banco, a equipe das três cores que traduzem tradição fez um gol em cada tempo. Arias marcou belo gol em jogada trabalhada, depois perderia um penal na segunda etapa, dando mais uns minutinhos de fama ao interminável goleiro Felipe, aquele que disse um dia, quando defendia as cores do sócio Flamengo: ‘roubado é mais gostoso’, se referindo a vencer partida com erros de arbitragem a favor da equipe da extinta Praia do Pinto.
Na segunda etapa, o gol que repetiu o placar da primeira partida foi de Jota Ká, para desespero dos assíduos da sauna do clube e dos que odeiam ver jovens como ele no topo.
Na comemoração do gol, ficou clara a cisão entre os formados em casa e os que são trazidos por acordos e indicações do consórcio de empresários que vivem de repartir o pão; somente dois jovens foram abraçar o ícone da nossa conquista da Libertadores, e ainda foram reprimidos por um integrante da comissão técnica pardalina.
Não tem problema, John Kennedy, quem torce para o pavilhão e não para dirigentes que publicam balanço ressalvado e contendo peças de ficção, seguem te abraçando e vibrando com suas conquistas, pois elas são de todos nós, assim como de Metinho, Jefté e outros escorraçados para pagar os custos das operações e abrirem vagas no time para moldavos, orinhos e afins.
Fora de campo, uma situação no mínimo mambembe: a operação do estádio não abriu um setor para o qual vendeu ingressos, direcionando esses torcedores-consumidores para outro setor, a fim de não abrir um local para poucas pessoas, deflagrando mais um caso isolado de trocentos outros de desrespeito e tratamento incorreto a quem ama incondicionalmente e subsidia toda a grandeza da instituição que fez nascer o futebol neste território maltratado e explorado.
O time só voltará a treinar no domingo. Ganharam três dias de férias para evitarem a fadiga, comum aos milionários remidos e abençoados num país onde metade da população não tem certeza da próxima refeição.
Destaque positivo para a CBF, que enviou para a partida, uma equipe (quase) inteira feminina para cuidar da arbitragem, desde o campo até a cabine do VAR, restando ocupação masculina ao suporte, logística e demais operações.
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FLUMINENSE 2 x 0 SAMPAIO CORRÊA
Copa do Brasil – 3ª Fase (jogo de volta)
Maracanã – Rio de Janeira-RJ
Quarta-feira, 22/05/2024 – 19:00 (Brasília)
Renda: R$ 1.041.453,50
Público: 22.333 pessoas presentes
Arbitragem: Edina Alves Batista (Fifa-SP), Auxiliares: Neuza Ines Back (Fifa-SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (Fifa-SP). VAR: Charly Wendy Straub Deretti (Fifa-SC)
Cartões Amarelos: Joãozinho 36’, Marcelinho 38’, Franklin 64’, Rafael Luiz 70’ (SAMPAIO CORRÊA)
Gols: Jhon Arias 19’, John Kennedy 79’ (FLUMINENSE);
FLUMINENSE: 1-Fábio; 23-Guga, 30-Felipe Melo© (22-Gabriel Pires 82’), 25-Antônio Carlos e 12-Marcelo; 5-Alexsander (20-Renato Augusto 63’), 8-Martinelli e 10-Ganso (32-Isaac 86’); 11-Keno (9-John Kennedy 63’), 21-Jhon Arias e 14-Germán Cano (80-David Terans 82’). Téc.: Fernando Diniz. 4-3-3
SAMPAIO CORRÊA: 1-Felipe; 2-Rafael Luiz, 13-Franklin, 4-Itambé e 6-Bruno Cortez©; 20-Jhonata (5-Pablo Oliveira 81’), 8-Marcelinho (21-Gabriel Gazão 69’), 7-Thiaguinho (11-Nadson 59’), 10-Joãozinho (15-Eloir 59’) e 18-Adauto; 9-Brunão (19-Bruno Baio 69’). Téc.: Zé Augusto. 4-2-3-1
Coluna recheada de política clubística. Nada mais do que isso. Vida que segue…
Uma vez idiota, sempre idiota.