Fluminense 2 x 0 Cruzeiro (por Paulo-Roberto Andel)

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Gostei do primeiro tempo. Cara da Laranjeiras 1993, arquibancada de fundo apinhada, calor, luz e esperança. A torcida alvoroçada para ver o Fluminense “perto” de casa. Chato mesmo foi ver o Sobis do outro lado, com dois chutes perigosos. Deveria ter ficado até hoje. Vida que segue.

Idem para os gols. Cícero normalmente é muito perseguido pelas viuvez do fredetismo. Fez o gol e bateu forte no peito. É lento pelo seu estilo, mas tem história e merece – ou deveria merecer – respeito. Tranquilizou o time quando marcou. E Marcos Junio bateu o penal com uma categoria enorme. Com dois a zero, o Fluminense deu seu recuo tradicional mas a Raposa, sem tino, não chegou a incomodar. Cavalieri botou uma bola venenosa para escanteio e só. E o Samuel? Que estilo, rapaz: nosso Sonny Rollins em prosa e verso.

Na volta, o Cruzeiro tentou assustar. Dois ou três lances, nenhum vigor. Então o Flu equilibrou as coisas e poderia ter marcado o terceiro, o que liquidaria a fatura. No meio do segundo tempo, Junio se machucou de novo. Dudu em campo. Tchan! De volta o velho Igor Julião, novinho em folha, substituindo Jonathan.

Tudo em paz. Mais quinze minutos de toma lá, dá cá, banho maria e parecia até amistoso. Estava escrito e decidido. Viram a torcida em festa? Nossos dez mil maníacos em lindas cores. Garra tricolor.

Teve de tudo: pipas a granel, fumaça, biscoito, bala e trem. Caravana política, carnaval e fraternidade. O Fluminense venceu com dignidade, era o mais importante. O clima de festa foi típico de Álvaro Chaves em seus melhores – e poderia ter sido lá, antes do descaso. Uma boa vitória, o resto que se dane. Vale o escrito.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: abd