Em jogo controlado, com boas atuações no Fluminense, a vitória veio, construída e conquistada quase que protocolar, com direito a três bolas na trave e boas chances não concluídas. Pelo lado do Avaí, um gol invalidado por impedimento na jogada e nada mais.
Em dia de assistir ao jogo com Andel e Diniz, além do Luciano, que conheci anos atrás por intermédio de um amigo em comum, Daniel, companheiro de arquibancada das antigas, seria legal ter dado um abraço no Chico Buarque, grande gênio Tricolor e patrimônio cultural da humanidade, mas também teria sido legal, mesmo que por meios paranormais, avistar Chico Guanabara, grande líder das arquibancadas.
A equipe que foi a campo teve menos concessões na escalação, o suficiente para que pudéssemos ver um jogo que ‘faça sentido’, como diria Joelma da banda Calypso.
Em ritmo de ilariê, a equipe fez boas trocas de passes até que Arias pudesse encontrar Cano livre na entrada da área. Gol do Fluminense, gol este que ouvi na voz de Mauro Jácome com comentários da Cláudia Barros, pois ainda estava fazendo o zigue-zague das grades-obstáculo que nos atrasa a entrada no Maracanã.
Tudo bem, os amigos me contaram com detalhes, e como hoje podemos ver cada lance repetido por aplicativo, revi todos eles com detalhes impecáveis. Lindo gol, construído a muitos pés, desde a defesa até as redes, para alegria de todos os torcedores, do estádio, fora deles, em suas casas, trabalho ou aqueles que estão morando nas ruas, abafados pela miséria imposta pelo modelo econômico, que a elite brasileira insiste em fazer valer, mesmo que isso custe a vida de muitos nacionais, irmãos nossos.
Após o gol, o Fluminense fez o jogo ficar em banho-maria, passou a administrar o tempo, como se pudesse. Em uma bobeira, o Avaí chegou ao gol de empate, por sorte, anulado pelo VAR, visto com precisão pelo Diniz, não o Fernando, mas o Marcelo, que nos tranquilizava na arquibancada, de que seria anulado. Dito e feito. Feito e dito.
O Fluminense resolveu voltar a jogar, ficou mais atento e fez valer a superioridade técnica e física sobre o esforçado Avaí, de Santa Catarina. Samuel Xavier, que vem jogando melhor nas últimas partidas, conseguiu chutar três bolas na trave, entrando como elemento surpresa dentro da área. Mas também foi seguro na fase defensiva. Embora valha um destaque homérico ao Nino: que jogador, que elegância, controla muito bem o setor, auxiliado pelo bom Manuel, que compensa alguma falta de técnica com vontade e inteligência.
André, Arias, Ganso, Nonato, Luiz Henrique, Cano, além do improvisado Caio Paulista, completaram os dez de linha, tendo Fábio no gol. O Fluminense assim, faz mais sentido.
Na segunda etapa, Matheus Martins entrou na vaga de Cano, que saiu sentindo dores, no que espero não ser nada grave e que possa estar habilitado para quinta-feira. Poucos minutos depois, Martinelli substituiu Ganso, fazendo boas jogadas e fechando o setor de meio.
Em uma jogada de ataque do Fluminense, a defesa do Avaí bateu cabeça, troncos e membros, e Matheus Martins, que não tem nada com isso, saiu ileso e com a bola dominada, arrancou, arrastou até a saída de Vladimir, goleiro alvi azul, dando um totozinho no cantinho, para marcar os dois a zero, placar final.
Mesmo sem a menor necessidade, Diniz mandou ainda a campo o pacote da tristeza, composto por Pineida, Willian Bigode e Wellington, este para receber estrondosas vaias da torcida, em um misto de constrangimento e vergonha alheia.
Bate-bola:
– Fica a lição e flagrante: sem os jogadores obsoletos e inúteis, o Fluminense se torna uma equipe segura e muito competitiva, basta ter coragem e evitar os arranjos.
– E por falar nisso, como é triste saber que Luiz Henrique está de saída. Ele joga de forma alegre e perspicaz.
– Outro ponto que angustia: Matheus Martins e Gabryel Martins, que ainda não está integrado, podem muito bem ocupar esses espaços de ataque, em vez de contratarmos mais um encostado, como parece ser o caso do Marrony.
Fica bem claro através do seu texto que o Fluminense entrou em campo com uma equipe sólida, mas não segura, ontem eu vi um time como sempre vejo com olhos de torcedor e não de comentarista como vc é, mas deixo aqui o enorme prazer de ler seu comentário muito bom escrito e bem explicado de forma simples onde podemos aprender um pouco mais!
Grande abraço, Edgar!
Continue assim!