Fluminense 2 x 0 Argentinos Juniors (por Paulo-Roberto Andel)

Uma reflexão. Só o futebol tem o poder de transformar um quase fracasso em uma vitória retumbante. Foi o que vivemos nesta terça no Maracanã, quando o Fluminense bateu o Argentinos Juniors pela Libertadores. Depois de uma partida opaca, desprovida de criação e finalizações, o sentimento geral indicava uma iminente – e sofrida – disputa nos pênaltis. Ledo engano, para nossa sorte.

Quando a massa tricolor já suspirava de tanto nervosismo, preocupada com a decisão por tiros livres da marca penal, Samuel Xavier se tornou um herói improvável: acertou um balaço no ângulo esquerdo com o primeiro chute a gol do time, definiu a classificação do Fluminense e salvou o time de um mico gigantesco, sem finalizar por 85 minutos diante de um time que jogava encolhido e com seu terceiro goleiro em campo. Isso tudo sem contar que escapamos de ter que defender dois pênaltis, no mínimo.

Aberta a porteira e com inacreditáveis dez minutos de desconto, o Flu chegou ao segundo gol em bela jogada de John Kennedy, celebrando a chegada do Fluminense às quartas, longe de ser bela, mas sóbria. Pragmática, digamos.

É certo que o Fluminense precisará melhorar muito para decidir o título tão sonhado, mas nosso mestre Nelson Rodrigues ensinou que, sem sorte, não se chupa sequer um picolé.

Tudo bem. Se o time deixou a desejar, a torcida fez sua parte e fez do Maracanã um teatro lírico, para calar qualquer dirigente desajustado. Sigamos.

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