Nós convivemos juntos há apenas 29 anos de seus agora 120. Sou uma gota d’água no oceano esplêndido que segue suas cores. Mas em cada um de meus dias, você é a correnteza que me inunda e o norte que me orienta. Sem ser cartesiano, é claro, afinal seu nome lhe dá a licença poética da fluidez e da arte.
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Talvez poucos entendam, mas você foi a única linguagem poética que permitiu que eu me conectasse com algumas pessoas que amo. Pessoas que mesmo adoecidas e tomadas pela amargura de uma vida, quando se falava sobre suas cores, vinha à tona apenas o que elas tinham de melhor: a criança interior, vulnerável e inocente. Você é o heroi que permitiu essa relação com outros herois que a vida nos dá muito cedo.
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Suas cores unem. Aglutinam. Você nem sabe, mas já salvou a minha vida. Algumas vezes. Quando nada fazia sentido em uma adolescência vazia de validações e repleta de pedras atiradas, você estava lá. E sempre havia o seu próximo jogo, do qual nada haveria de me afastar.
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Choramos muito juntos. De alegria e de tristeza, de alívio e às vezes se raiva. E nada, nada me envergonha disso. Você exprime o que melhor há em mim.
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Em um outro plano, um dia, que me permitam ter um radinho. De lá, escutarei todos os jogos.
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Parabéns, Fluminense! Há 120 anos, alguém teve a melhor ideia da humanidade.