Amigos, amigas, eu não vou me estender falando de questões táticas que são domínio público, até mesmo do porteiro do meu prédio, que é Flamenguista, quase um irmão de mais de 30 anos de convivência.
Parece mais do que óbvio que a insistência em dois jogadores de quase 40 anos atuando na nossa primeira linha de marcação se assemelha a uma tentativa de suicídio contínuo. Uma tentativa de suicídio mal sucedida até o jogo contra o Junior, quando poderíamos ter obtido a vaga antecipada na próxima fase da Libertadores.
O futebol é o único esporte no qual os resultados enganam. São enganos que nos levam ao abismo, caso do ramonismo vascaíno no ano passado, que eu cansei de pontuar aqui. Sorte nossa que o Fluminense tem recursos humanos para não ter que se deparar com uma luta contra o rebaixamento no Brasileiro, pelo menos não ainda.
O jogo de sábado foi uma das páginas mais vergonhosas da história do Fluminense Football Club. Eu sei que muita gente não está nem aí para a nossa história, mas ainda há gente, como eu, que não aceita ver o espetáculo deprimente de uma decisão em que o Fluminense passa 45 minutos sem molestar o goleiro adversário.
Aliás, a torcida do Fluminense vive uma realidade inusitada. Pois eis que ontem, chegando ao final do primeiro tempo, eu comecei a acreditar no título, porque não tomáramos gol. Viria o segundo tempo e então nós começaríamos a jogar, como em tantas outras ocasiões, equilibrando o jogo, dependendo das substituições.
É um completo absurdo que uma torcida passe todo o primeiro tempo torcendo para o time não tomar gol, porque sabe que no segundo tempo o técnico vai fazer substituições que o farão competir. O Fluminense vem se notabilizando por ser o time que só joga o segundo tempo.
Ora, se o time joga no segundo tempo, por que, então, não começar o jogo com o time do segundo tempo? Pois a resposta é mais complexa do que podemos sugerir. A começar pelo fato de Cazares ser um jogador que pode ser brilhante, contanto que só jogue os 30 minutos finais do jogo.
Isso é muito louco, inverossímil, mas não pior do que o que Roger fez quando equilibráramos o jogo e tínhamos condições de buscar o empate. Quando Roger colocou Abel Hernández no lugar de Fred minhas esperanças se renovaram, mas logo em seguida eu percebi que junto a Abel entrava o Bobadilla, saindo Yago, deixando nosso meio de campo abandonado, repetindo o que já acontecera nos minutos finais da derrota para o Junior.
É como se Roger nos dissesse o seguinte: “não tenham esperanças de que eu não esteja de sacanagem com vocês”.
Assistíamos ao jogo na sala eu minha mãe e meu filho, além de mais três parentes, um deles flamenguista. Não sei se vocês sabem, mas eu não consigo diferenciar a poltrona da minha sala da arquibancada do Maracanã. Antes mesmo do primeiro gol do Fluminense, eu cantava, empurrando o time, como se estivesse na arquibancada. Fácil prever que eu nunca morrerei de enfarto.
Pois quando o Roger fez essa substituição, deixando o Fluminense sem meio de campo, a minha desolação foi tão grande, que meu filho, que trabalha com jornalismo esportivo, virou as costas e foi embora para casa. Mas não deu tempo nem de chegar ao elevador, porque os Dissidentes logo fizeram o terceiro gol, mais uma vez com a generosa ajuda de Marcos Felipe.
Aliás, Marcos Felipe, que era nossa garantia de sucesso em jornadas pouco inspiradas, acabou virando nosso chicote. Mas não podemos crucificar o nosso goleiro, porque no time do Fluminense todos correm, se entregam e lutam, mas não tem como triunfar com tanta falta de propósito de um clube que se apaixonou por ser coadjuvante.
Eu não sei quantos atletas o River terá para enfrentar o Fluminense, mas se entrarem com oito serão uma grave ameaça. Já que não podemos mudar já uma diretoria completamente descompromissada com a grandeza do clube, o que podemos aspirar é a saída imediata de Roger Machado do comando técnico.
Eu estava lá em Florianópolis na arquibancada atrás do gol em 2007. Nunca esquecerei aquele momento e a conquista daquela Copa do Brasil. Eu acreditei que aquele começo de carreira no Grêmio era a chegada de um grande treinador ao futebol brasileiro. O que vejo hoje, no entanto, é um trabalho desastroso, sem personalidade, sem estilo, sem assinatura e sem qualquer eficiência.
Desculpe-me Roger, mas eu poucas vezes vi um trabalho tão ruim, tão deplorável e, acima de tudo, tão decepcionante. E olha que você já foi o meu sonho de consumo como treinador. Mas hoje eu só consigo pensar da seguinte forma:
Pede o boné e vai embora!
Saudações Tricolores.
Tive o mesmo sentimento qd vi Abel e Bobadilla
E penso que, se conseguirmos essa classificação, o time não vai ser competitivo com o Roger…
Ele já preparou as mudanças no time
Boa Savioli!!Cadê você pra desfilar o seu imenso talento em cronicas criando seu canal no youtube!Vc foi pioneiro!!
Muito boa sua análise. Só não concordo com a definição de Marcos Felipe como nosso “chicote”, porque, se não fosse ele, o placar poderia ser mais elástico.