Naturalmente, havia uma enorme expectativa do ponto de vista sentimental para a volta do Fluminense à Libertadores. Foram muitos anos de sofrimento, até que veio a surpreendente classificação em 2020. Então voltamos à cena. Muito mais coração e desejo do que propriamente lógica.
No primeiro tempo, talvez o zero a zero tivesse sido mais justo, bem truncado, com muita disputa e pouca técnica. Marcos Felipe, bom goleiro que não deve ser crucificado, vacilou no lance e o River fez seu gol de pênalti. Depois disso, a meta tricolor não foi ameaçada a do River, apenas na cabeçada bem espalmada por Armani. E só.
Para não dizer que houve um deserto, o jovem Kayky se infiltrou e ameaçou com algum sucesso, Luiz Henrique também. Nenê passou a maior parte do tempo caindo e travando a movimentação da equipe, especialmente quando recuava. O time ficou preso, sem mobilidade, com ligação direta. Esse tal de Egídio prefiro nem comentar: pense nos piores palavrões.
Resumo: um primeiro tempo do Fluminense sem criatividade, ousadia e jogadas. Parecia início de temporada, primeiro jogo do ano com o time reserva.
Esperando um milagre de Roger Machado no intervalo.
Segundo tempo, Marcos Felipe finalmente trabalhou e se recuperou, evitando o segundo gol argentino em saída arrojada. Vieram com atraso as alterações, perto dos dez minutos: Nenê por Cazares, Kayky por Gabriel Teixeira, com Luiz Henrique indo para a direita. Roger deveria ter mexido logo de saída. Que Gabriel deveria vir era óbvio, mas a saída de Kayky, única ameaça ofensiva real, beirou o extraterrestre.
Mal estreou, Cazares resolveu individualmente: deu belo passe da esquerda para Fred empatar num chutaço. Se conseguir reviver seus tempos de Atlético Mineiro, o equatoriano pode ser um verdadeiro reforço. Já o eterno artilheiro brilha em situações pontuais, grande finalizador que é. Tudo igual.
Mais mexidas: Lucca e Abel Hernández nos lugares de Luiz Henrique e Fred. Roger optando pela força física para virar o jogo diante do River. E logo Lucca entrou livre, sofrendo pênalti. O lance foi tão bizarro que, já substituído, Fred levou cartão amarelo por reclamação justa. Na dúvida, o time brasileiro leva sempre a pior.
No fim da partida, Cazares – o melhor do Flu, com bela estreia, mudando o panorama do jogo – quase marcou em chute diagonal defendido por Armani.
O empate não era o resultado dos sonhos, mas encarar o River Plate de igual para igual dá moral ao Fluminense, tanto para a sequência na Libertadores quanto para as finais do Carioca. Seja qual for a escalação, a manter a performance diante do River, Cazares tem que ser titular.
O Fluminense nunca perdeu em estreias na Copa Libertadores. A escrita continua.
Boa Paulo. Flu forte!!!
Viva nosso Viva