Amigos, amigas, o jogo da noite de ontem conseguiu superar positivamente as expectativas. Muito pouco para tirar de cena o mau humor da torcida do Fluminense, e com toda razão.
Marcão apresentou o Fluminense com uma marcação mais agressiva, mais aproximação entre os setores e mais dinamismo de suas peças, quebrando aquela irritante previsibilidade à qual nos acostumamos.
Nada disso foi capaz, no entanto, de melhorar o nosso desempenho no último terço do campo. Foram duas jogadas dignas de registro em todo o primeiro tempo. Mais digno de registro foi o gol anulado do Juventude. Confesso que achei um lance ambíguo, com duas hipóteses de falta no mesmo lance, mas as duas bastante questionáveis.
A coisa fica mais complicada quando a gente chega ao intervalo sem conseguir pensar em uma solução para melhorar o time. Esse é um aspecto grave, que precisa ser analisado. Tirando a óbvia troca de Lucca por Luís Henrique, pouco tínhamos a fazer com base no que tínhamos no nosso banco de reservas.
Aliás, tínhamos a possibilidade de, além de Luís Henrique, colocar John Kenedy no lugar de Fred, dando mais mobilidade, criatividade, verticalidade e agressividade ao nosso setor ofensivo.
Acabou não precisando, porque conseguimos algo quase exótico nas últimas jornadas. Logo no começo da segunda etapa, desarmamos o Juventude na saída de bola, mesmo sem fazer uma marcação pressão e Fred recebeu, sem marcação, para explorar com maestria a passagem de Árias, que marcou o primeiro com a camisa tricolor.
Logo em seguida, mostrando um pouco do toque de Marcão, o Fluminense trocou passes de forma envolvente, criando uma linda jogada, que terminou em finalização equivocada de Samuel Xavier, desperdiçando o que seria um gol de placa.
O Juventude já perdera um gol na pequena área quando Wagner cobrou falta da intermediária e Lucca desviou de cabeça contra o próprio gol, encobrindo Marcos Felipe, empatando a partida. E o empate de 1 a 1 não mais saiu do placar, em que pese o Fluminense ter criado uma ou duas jogadas de perigo, ambas com Luís Henrique finalizando.
O Fluminense foi melhor do que no jogo contra o Bahia, mas é preciso ressaltar que, em que pese a classificação, o Bahia tem muito mais recursos, o que faz com que o jogo de ontem não nos diga muita coisa, exceto que estamos muito abaixo do esperado.
Mudanças como trocar Martinelli por Nonato nos dizem muito menos. Troca de seis por meia dúzia. A movimentação de toda a equipe nos diz mais, e de forma positiva, principalmente em função da aproximação dos volantes do ataque, mas nossa dificuldade no último terço de campo é flagrante. Além do que, é preciso considerar a fragilidade do adversário.
Não sei se ficou claro que Luís Henrique não pode ficar na reserva para Lucca e que precisamos de um jogador com mobilidade no comando de ataque, que ataque a saída de bola do adversário e que ataque espaços atrás das linhas de defesa adversárias, abrindo caminho para metidas de bola, infiltrações e tabelas dos homens que vêm de trás.
Melhora a dinâmica, fala-se na escolha das peças. Isso já é uma rotina do Fluminense em 2021, a mesma que nos tirou o pentacampeonato em 2020, mas pode nos custar bem mais caro esse ano, sobretudo quando olhamos para o banco de reservas, totalmente desequilibrado e com grave falta de alternativas, exceto para corrigir erros óbvios de escalação.
Saudações Tricolores!
Boa noite Marcelo.
Sou apreciador de seus textos.
Parabéns pela brilhante análise.
Realmente tal qual na vida real, nossa situação está para lá de desconfortável.
ST