Falando do Vovô
Boa quinta-feira, meus amigos tricolores e não tricolores também, mas simpatizantes de minhas reflexões quase que semanais.
Após um extenuante dia de trabalho, cheguei em casa, prostrei-me no sofá diante da TV e me preparei para assistir ao mais antigo clássico do futebol carioca. Confesso a vocês que o jogo me causou algumas surpresas.
O clássico colocava frente a frente um time que há poucos dias era tido pela mídia como sensação e postulante ao título e, de outro lado, um sério candidato ao rebaixamento. Esperava eu que o time tido como favorito, que tem grandes craques e um técnico genial, dos melhores do planeta (palavras ouvidas por mim de jornalistas das maiores rádios cariocas), viesse para cima com tudo, tomasse a iniciativa, pressionasse, e desse o famoso “calor” no frágil adversário que só aspirava não ser rebaixado.
Poucos minutos e logo vi que minhas expectativas estavam erradas. O favorito se encolheu, foi envolvido e em poucos minutos perdia por 1×0. O jogo era quase equilibrado com domínio do tido “mais fraco”, quando a “sensação” do campeonato empatou em um gol quase sem querer, lance isolado de sorte. Coisas do futebol.
A partida seguiu e o Fluminense no segundo tempo, sem Carlinhos contundido, dominou o jogo. Pressionamos, tivemos volume, mas nos falta poder de finalização. Faltou o matador, aquele que empurra a bola para dentro. Fomos melhores o tempo todo, mas quando ficamos sem Felipe e Wagner cansados, o jogo nivelou por baixo. Lances isolados e de voluntariedade, algumas chances isoladas e ficamos no 0x0.
Os tricolores saíram frustrados, pois contávamos com a vitória devido à superioridade durante o clássico. Já os botafoguenses, já em 3º lugar, saíram lambendo os beiços por não perderem o jogo. Time covarde, medroso e sem brilho. Uma decepção.
Do nosso lado, há de ressaltar a habilidade e personalidade de Rafinha, que deu chapéu no tão falado e estafado Seedorf (jogar no Brasil não é mole não, amigo!), um ovinho em Marcelo Brucutu Matos e desfilou vários dribles insinuantes. Palmas pro menino. Quero registrar também o trabalho de Vanderlei. Nosso time toca a bola, tem esquema tático, tem jogadas, cada um sabe o que fazer e jogamos com consistência. Wanderley, com o time do ano passado, teria sido campeão com muito mais facilidade do que o Cruzeiro será esse ano.
Se pegarmos Libertadores será heroico. Mas não custa sonhar. Falando em Seedorf e o chapéu que tomou do garoto, me veio a memória a frase de meu saudoso avô. “Respeito é bom e eu gosto!!”, teria dito o veterano para Rafinha, se nascido fosse em terras brasileiras. Como não é, coube a ele correr atrás da bola e logo após se esconder lá na ponta esquerda, lugar onde ficam aqueles sem condições de jogo até nas peladas.
Saudações tricolores e até segunda!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Imagem: Nelson Perez – Fluminense F.C.