O Fluminense adora decepcionar naqueles momentos em que a torcida mais acredita na vitória.
Em Brasília, foi mais um desses dias.
Depois de uma vitória categórica em São Paulo, os jogadores tricolores esbanjaram gols perdidos. Se um não quer, tem quem queira. Gilson Kleina percebeu que os zagueiros do Fluminense faziam muitas faltas próximas à área; então, colocou primeiro Léo Gago e depois Marcos Aurélio para os chutes longos. E assim saiu o empate.
O primeiro tempo foi morno: amarrado e truncado. O Fluminense concentrou seus ataques pelo lado esquerdo, com Wagner coordenando as principais jogadas. Assim, numa bola recuperada por Fernando, o meia recebeu livre, olhou para dentro da área e viu Fred. Levantou na medida, o artilheiro se antecipou a Marcelo Lomba e cabeceou para as redes.
Antes do gol, o time baiano dominava os espaços e chegava com perigo em contra-ataques, principalmente, com Wiliam Barbio, que aproveitava os erros de marcação de Bruno e Elivélton. O gol deu mais segurança ao Fluminense, que ocupou melhor o campo e passou a dominar. Mesmo assim, o Bahia assustava com algumas jogadas em velocidade. Fred ainda teve a chance de ampliar, mas errou na conclusão.
Depois do intervalo, o jogo ganhou em movimentação. Cristóvão Borges trocou Cícero, que não estava bem desde que sentira um problema no primeiro tempo, e colocou Rafael Sóbis. O gaúcho foi responsável pela perda da primeira das grandes chances do Fluminense, na etapa complementar: sozinho, na risca da pequena, chutou por cima do gol de Marcelo Lomba.
Aos 22’, Cristóvão fez uma mudança que deixou a torcida irada: Conca por Edson. A entrada do volante era fundamental, pois o Bahia ganhara o meio-campo, no entanto, quem deveria sair era o Rafinha, que não conseguia acompanhar a linha-média do adversário. Além disso, Conca seria fundamental na nova configuração do time: o contra-ataque. Mesmo assim, o Fluminense abusou de perder gols: aos 25’, Wagner tropeçou na frente de Lomba e não tocou para Fred livre; Sóbis e Jean, aos 26’, chutaram em cima do goleiro baiano; aos 31’, Wagner recebeu livre e bateu para o gol, Lomba, mais uma vez pegou.
O castigo veio aos 37’: Marcos Aurélio bateu falta no bolo e Cavalieri falhou feio. Nos dois minutos seguintes, Edson e Fred cabecearam na pequena área e perderam mais dois gols. No finalzinho, Marcos Aurélio bateu falta semelhante ao gol de empate, mas Cavalieri fez o óbvio: acompanhou a linha da bola e espalmou para o lado.
Após o apito final, a torcida não perdoou Cristóvão e aumentou o volume das vaias e dos gritos de “burro”. Penso ter errado em tirar o Conca, mas os gols perdidos, mais uma vez, foram a causa do resultado ruim. Por falar em torcida, a quantidade decepcionou: somente 10 mil. E a torcida do Bahia não era pequena, uns 2 mil. Complicado.
Outro ponto negativo foi a arbitragem. Inventou muito. Quanto aos pênaltis reclamados, in loco, fiquei em dúvida nos três lances (dois em Fred e um em Wagner). Revendo os lances na TV, só continuei com dúvidas no segundo em Fred. Os outros não aconteceram. O Wagner tropeçou e, no primeiro em Fred, o próprio atacante cumprimentou o árbitro pelo cartão e pediu desculpas ao zagueiro do Bahia, reconhecendo que simulara.
Se tivesse ganhado, terminaria a rodada em quarto lugar. Se minha vó tivesse dois pedais e um guidão, não seria minha vó, mas uma bicicleta.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri
Muito boa a análise. Só discordo que teria que sair o Rafinha. Eu tiraria o Fred, adiantaria o Sobis e contra-atacaria em velocidade, usando os laterais. O Fernando estava muito bem na partida.
Tirando o Rafinha, deixando o Conca e o Fred, a bola ia passar fácil pela nossa primeira linha e estourar nos volantes, como já estava começando a acontecer.
ST
O que esse técnico já fez de besteira no Fluminense era motivo de há muito tempo ter sido mandado embora. E o absurdo dos absurdos é querer renovar o contrato desse sujeito que não sabe o básico do básico.