Longe de casa há mais de uma semana, assim o Fluminense jogou suas últimas duas partidas. A primeira diante do Olimpia no Paraguay, com direito a classificação às semifinais da Libertadores, mais a deste domingo em Volta Redonda, mesmo sendo mandante, pois o gramado do Maracanã está sendo preparado para a final da Copa do Brasil.
Tanto o Tricolor como a equipe de três cores de Fortaleza pareciam não querer que esse jogo existisse, em meio aos seus triunfos continentais e a famigerada Data FIFA, quando André, Nino e Jhon Arias vão servir às suas federações nacionais.
Diniz voltou a escalar a equipe com dois homens de meio de campo, mas desta vez com Alexsander e André, mantendo os quatro dianteiros: Arias (mais recuado), Keno, Jota Ká e o pai de Lorenzo e Leonella: o seu Cano.
Contra um Fortaleza disposto a jogar futebol, diferente do cenário encontrado contra o Rey de Copas, essa escalação acabou por sacrificar Jhon Arias e Germán Cano. Isso mesmo: a dupla que mais produziu gols do atual elenco do Fluminense teve de jogar de coadjuvante para que Keno e Jhon Kennedy pudessem receber bolas, na maioria das vezes, esticadas ou aproximadas pelo lado esquerdo.
Fábio acabou por fazer as defesas possíveis, em dois lances, um dos pés adversários, outro do próprio companheiro Samuel Xavier, muito abaixo nesta partida, dando sinais de desgaste físico. Aliás, de certo modo, todos os jogadores estavam abaixo fisicamente, chegando a parecerem dispersos, sem foco adequado, embora tentando de um jeito ou de outro.
O mesmo cenário seguiu na volta do intervalo, com o Fortaleza cada vez mais à vontade no meio de campo, onde o Fluminense pouco visitava, fazendo lembrar a vista grossa dispensada a grileiros e madeireiros que, repetidos e diferentes governos brasileiros, fazem na Floresta Amazônica.
Somente após algumas mexidas, o Fluminense competiu no ritmo mais acertado para o que o jogo proporcionava. Primeiro com Martinelli e Danielzinho, que entraram nas vagas de Alexsander e Felipe Melo, com pesar para não podermos assistir juntos: André, Martinelli e Alexsander. Quem sabe um dia.
O Fortaleza também mexeu. Juan Pablo Vojvoda buscou arrefecer suas engrenagens, mas o meio de campo, local pouco visitado pelo Tricolor, passou a ser melhor tratado, diferente do gramado de Volta Redonda.
O jogo entrou em uma situação bem nítida: de um lado, o Fluminense propenso a jogar no sistema zanzibariano, do abafa, enquanto o Leão do Pici se organizava para achar uma bola perdida e transformá-la em chance de gol.
A equipe cearense teve umas três chances, mas foi o Fluminense quem encontrou a tal bola aleatória. Danielzinho fez um lançamento magnífico para Lima que, recebeu, tentou o chute que saiu travado. Na sobra a bola se apresentou na entrada da área e Diogo Barbosa, que se aproximava, pegou de pé direito na bola, acertando um belo chute no cantinho, fora do alcance do goleirão João Ricardo.
Uma partida que tinha tudo para terminar em um modorrento zero a zero, fez sorrir o torcedor já inebriado com a campanha na Libertadores da América, a marqueteada Glória Eterna.
Com a vitória, suada e arrancada na persistência, o Fluminense se segura entre os quatro, cinco primeiros, encurtando um pouco a distância para o Botafogo, agora em treze pontos.
Não fosse o desdém com que o Flu tratou o Brasileirão, poderíamos estar sonhando com sua conquista, mais uma vez. Agora é pijama training, data FIFA, descanso de jogos desalentadores até que chegue o dia dezesseis de setembro e o clássico contra o Vasco, ainda sem local definido.
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Serviço do jogo:
FLUMINENSE 1 x 0 FORTALEZA
Campeonato Brasileiro – 22ª Rodada
Estádio General Raulino de Oliveira, Volta Redonda-RJ
Domingo, 03/09/2023 – 16:00 (Brasília)
Árbitro: André Luiz Skettino Policarpo bento (MG)
Cartões Amarelos: Diogo Barbosa 26’, Samuel Xavier 30’, John Kennedy 45’, André 90’+4’ (FLUMINENSE); Emanuel Brítez 28’, Zé Welison 42’, Gonzalo Escobar 90’+1’ (FORTALEZA)
Gol: Diogo Barbosa 90’+2’ (FLUMINENSE)
FLUMINENSE Fábio; Samuel Xavier, David Braz, Felipe Melo© (Martinelli 58’) e Diogo Barbosa; André, Alexsander (Danielzinho 58’) e Jhon Arias; Keno (Leo Fernández 71’), John Kennedy (Lelê 78’) e Germán Cano (Lima 71’). Téc.: Fernando Diniz. 4-2-2-2
FORTALEZA: João Ricardo; Tinga©, Emanuel Brítez, Titi e Bruno Pacheco; Zé Welison (Pedro Augusto 68’) e Caio Alexandre; Yago Pikachu (Imanol Machuca 71’), Guilherme Augusto (Gonzalo Escobar 84’) e Tomás Pochettino (Thiago Galhardo 68’); Juan Martín Lucero (Romarinho 84’). Téc.: Juan Pablo Vojvoda. 4-2-3-1