Justiça seja feita: o Fluminense perdeu vários gols e, no reducionismo que se aplica aos debates hoje em dia, um só gol resolveria tudo, causando carnaval e varrendo antigos erros para debaixo do tapete. Só que não aconteceu, talvez por vários motivos: chances desperdiçadas por Cano, a ineficiência de Nathan no logar do poupado Ganso, a diferença de performance de Arias nas duas etapas e, por fim, o quase golaço de Luiz Henrique e a bola na trave de Fred.
Encolhido e vindo do drama no Paulista, o Santos veio para buscar um ponto e conseguiu. Não manteve qualquer compromisso com a ofensividade, nenhuma disposição em comandar as ações e limitou-se a defender. Saiu satisfeito.
Contudo, é importante ressaltar: o título carioca, merecidamente comemorado, não pode servir de fachada para um time perfeito que não existe. Jogo após jogo, o esquema de três zagueiros mais atrapalha do que ajuda o Fluminense. E na hora das modificações, a tendência de Abel é o conservadorismo máximo, no máximo trocando peças sem mexer na estrutura do time. Prova maior disso foi a mexida final com Bigode e Fred, até compreensível num jogo de início da competição mas impensável em circunstâncias decisivas.
Curiosa a situação de Nathan. Apontado como a maior esperança dentre os novos contratados em 2022, está apagado no primeiro trimestre e cumpriu uma jornada muito abaixo de seu padrão neste sábado. Vida que segue.
É claro que a torcida saiu chateada, mas tropeços assim serão normais no restante da longa temporada. O Flu merecia ter vencido, mais pelas chances desperdiçadas do que pela qualidade do jogo. Nada que não se recupere, mas que serve de alerta: somos campeões, queremos mais, mas é preciso ajeitar muita coisa. Nada de contar com o ovo na galinha nem com o rei na barriga. Agora é virar a chave novamente para a Aula.
Em tempo: o scout do Cris Silva já foi pelos ares?