Enfim, o Fluminense começou sua caminhada na Copa do Brasil, competição mais inclusiva e ao mesmo tempo a mais excludente do nosso país. Ah, como seria bom que ela fosse a nossa F.A. Cup, em que todos os clubes, dos rincões às grandes capitais pudessem jogar.
A esta altura, só equipes forjadas sobreviveram, fora as que terminaram a temporada passada mais no topo. É o caso do Fluminense, saudado por sua massa de gente, após a vitória acachapante sobre seu maior rival, aquele que queria ser o Fluminense, sem ser.
Estreando seu novo uniforme branco, desta vez com listras na horizontal, uma encarnada a outra verde, atrapalhadas pela logomarca da casa de apostas; já o Papão da Curuzu, todo de azul, quase celeste, pronto para se defender e tentar sobreviver aos noventa minutos de tique-toque do Fernando Diniz.
Com o ferrolho armado em duas linhas cheias, bem compactadas, a equipe que despencou da adorável Belém, terra do tacacá, da juçara e do lundu, trancava os caminhos do Tricolor, hoje enfraquecido sem Paulo Henrique Ganso, o maestro, por vezes invisível em nosso meio de campo.
Tamanha resistência só seria rompida por forças soberanas. Marcelo fez uma bela inversão de bola para Arias, o craque emendou para o capitão Nino desviar de cabeça e abrir o cadeado: um a zero.
Decodificado o segredo da tranca, o Fluminense que jogava praticamente sozinho, chegou mais uma vez pelo alto, em escanteio batido pelo camisa doze Marcelo, a zaga tentou afastar mas Keno dominou, girou o corpo e bateu, sem chances para Thiago Coelho, dois a zero para o Tricolor.
O terceiro tento também saiu após escanteio. Desta vez Jhon Arias cobrou, Felipe Melo se antecipou pelo alto e fez de cabeça seu primeiro gol com a camisa do Fluminense, três a zero, placar final.
O jogo estava apalavrado, não tinha jeito. Era, literalmente um confronto entre uma equipe que pratica o que podemos chamar de alto rendimento no Brasil contra uma equipe quase amadora. O massacre poderia ter sido maior.
Na segunda etapa, o Fluminense voltou da madorna do intervalo em outra rotação. Também, pudera, até a torcida estava cansada, cantando à meia voz.
Diniz poderia ter arrefecido as engrenagens, até tentou, tirou Ruf Ruf e M12, entrando com Jota Ká e Guga, que entraram bem. Ajudaram a dar volume de jogo, mas sem eficiência.
O Papão até se engraçou, mas não conseguiu chegar ao gol de Fábio, que hoje assistiu o jogo da área VIP do Maracanã, dentro do campo.
Ainda entraram os pupiluccis Pirani e Manson, saíram Keno e Cano. Mas não teríamos muita paz: Diniz ressuscitou Jesus, dessa vez pela lateral direita no lugar de Samuel Xavier. O gajo não acertou uma, se enrolou com a bola e ainda recebeu uns apupos. A bola também não ajudou, quicou demais perto dele.
Foi uma noite tranquila, vitória protocolar com uma certa paz e ressaca após o triunfo de domingo ante o rival da Praia do Pinto, comunidade desalojada para dar lugar ao clube da Gávea.
Serviço do jogo:
Fluminense 3×0 Paysandu
Copa do Brasil – Terceira fase (ida)
Maracanã, Rio de Janeiro-RJ.
Quarta-feira, 12/04/2023, 19:30 (Brasília)
Árbitro: Anderson Daronco
Cartões amarelos: Oswaldo Henríquez e Edílson Júnior (Paysandu)
Gols: Nino 27′, Keno 34′ e Felipe Melo 41′
Fluminense: Fábio, Samuel Xavier (Alexandre Jesus), Nino©, Felipe Melo (John Kennedy) e Marcelo (Guga), André, Alexsander e Lima, Jhon Arias, Keno (Gabriel Pirani) e Germán Cano (Giovanni). Treinador: Fernando Diniz. 4-3-3
Paysandu: Thiago Coelho, Samuel Santos (Edílson Júnior), Genílson, Oswaldo Henríquez e Eltinho (Fernando Gabriel), Geovane, João Vieira, Ricardinho (Jorge Jiménez) e Igor Fernandes (Rodolfo Filemón), Bruno Alves (Luis Phelipe) e Mário Sérgio. Treinador: Márcio Fernandes. 4-4-2