Amigos, amigas, Fluminense e Boca já começou. Estou há mais de 24 horas pensando no que escrever sobre o jogo do último sábado, mas é provável que quase ninguém sequer se lembre do que aconteceu na Arena MRV. A partida de daqui a pouco contra o Bahia é um fantasma tentando ganhar atenção, mas para o qual ninguém liga.
Eu passei as últimas semanas me dedicando a analisar e torcer para o Fluminense no Brasileiro. Eu tenho esse hábito de querer que o Fluminense ganhe tudo. Não sei se é uma mania em extinção. O que eu sei é que andei torcendo aos montes, secando adversários e sugerindo soluções táticas, tudo embalde.
A verdade é que o Fluminense se arrasta no Brasileiro, enquanto nossas almas estão presas por fortes correntes ao que acontecerá no Maracanã no próximo sábado. Frente a frente, duas das maiores lendas do futebol mundial. O Boca, da mística Bombonera, dos seis títulos da Libertadores, de grandes nomes; o Fluminense, do alto de sua condição de único Prêmio Nobel do Esporte no continente Sul-Americano, da maior galeria de craques entre os times do continente, dos feitos inigualáveis em todos os esportes, o temido dos Fla-Flus, o mais expressivo gene do esporte brasileiro.
Para muitos tricolores, o jogo mais importante da nossa história. Para mim, uma final histórica, em que a Libertadores finalmente poderá experimentar a Glória Eterna. Que seja a primeira vez de muitas, porque ganhar Libertadores deve ser tão normal para o Fluminense quanto ganhar Fla-Flu, particularmente os decisivos.
O Fluminense pode se tornar no próximo sábado o único time carioca a levantar no Maracanã os títulos Mundial e da Libertadores. Esse é um dado interessante para alimentar a inigualável mística tricolor. Poderia ter sido em 2008. Eu trocaria a tragédia perfeita por estar agora, no mesmo palco, disputando o Bi, mas quem sou eu para contrariar a história, essa danada, que tem seus caprichos de mulher vaidosa e cheia de mistérios.
Depois de décadas estando presente a todas as conquistas tricolores em solo carioca, inclusive fora dele, estarei de fora, mas isso se restringe a uma questão geográfica. A alma não só estará no Maracanã, mas no campo, correndo atrás da bola durante os 90 minutos. Não é de mim que se trata, mas da Libertadores, essa namorada caprichosa, que faz dengo para não se entregar tão fácil assim à Glória Eterna.
Que seja o dia em que essa cobiçada latina se enamorará a esse imponente e sedutor cavalheiro vestido nas três cores. Não poderá haver em 2023 e no século em curso casamento mais perfeito.
Esse século em que o presumido moribundo ressurgiu das cinzas para conquistar três vezes o Brasil, assombrar a América com seu tamanho e voltar a ser protagonista, mais uma vez, quando insistiam em lhe menosprezar a força descomunal.
Agora é contar os dias, as horas, os minutos e os segundos para o grande dia. Qualquer que seja o desfecho, o Fluminense estará vivendo sua grandeza, mas que possamos vive-la vencendo.
Saudações Tricolores!