O futebol apresentado está muito longe daquele com o qual a torcida sonha. Mesmo assim o Fluminense, sem treinador e com um elenco desequilibrado, faz a melhor campanha dos últimos anos no Campeonato Brasileiro. E o objetivo de voltar a disputar a Taça Libertadores da America parece mais próximo de ser concretizado a cada rodada.
Na vitória sobre o Botafogo (que valeu o simbólico troféu Gerson e Didi), o nível técnico continuou paupérrimo. Contudo, diante de um rival virtualmente rebaixado, o Tricolor cumpriu sua obrigação. Rompeu a barreira dos 50 pontos na tabela e seguiu em sua caminhada rumo à vaga no torneio continental.
Entretanto, na próxima rodada, todo cuidado será pouco. O Goiás vem de uma inesperada e épica vitória sobre o Santos em plena Vila Belmiro. Mostrou que é capaz de surpreender ao se encher de brios e desafiar a queda iminente. Coisa que o Botafogo não consegue fazer. O Flu tem a obrigação de vencer, mas o jogo está longe de ser tranquilo. Pelo contrário.
Aliás, jogo contra o Goiás, no Engenhão, me traz à memória 2010. Eu estava no estádio e fui uns dos que gelou ao ver Rafael Moura, esse mesmo que hoje defende o time goiano, abrir o placar com uma cabeçada mortal e distribuir caretas para a galera. Só conseguimos empatar graças a um pênalti cavado pelo Rodriguinho na reta final da partida – que Conca cobrou mal, mas converteu.
Faltavam ainda três rodadas para o fim daquele Brasileirão e lembro que ouvi, na saída do estádio, um babaca dizer: “O sonho acabou”. Respondi na hora: “Acabou é o caralho. Vai se foder seu urubu ou cachorro de merda”! Pois o sonho não tinha acabado mesmo, o Fluminense seria campeão brasileiro após uma longa espera de 26 anos.
Portanto, vamos tomar cuidado com o Goiás, com o He-Man, mas vamos vencer essa parada. Já os batemos em Goiânia por 4 a 2 no primeiro turno; desta vez, um a zerinho estará bom demais. O sonho da vaga é possível, mas que a diretoria está dormindo ao invés de contratar um técnico visando os desafios de 2021, ah, isso está. Que ela trate de acordar.