DESASTRE

Senhores,

Se ainda existia algum tipo de inocência em relação ao time do Fluminense, acabou hoje. O empate em 1 a 1 com o Tigres mostrou todos os defeitos mascarados em vitórias como no clássico contra o Botafogo.

O Fluminense é um bando em campo, sem desenho tático, jogadas ensaiadas, com jogadores visivelmente desentrosados.

A partida começou promissora. Jogadas de ataque seguidas, volume de jogo, time pressionando a saída de bola do adversário. Assim como contra o Bonsucesso, quando fizemos 3 gols em 15 minutos e depois desistimos da partida, hoje (sábado) a equipe pensou em realizar a mesma proeza e descansar o resto do jogo. A bola não entrou, o juiz conseguiu complicar uma partida simples e na volta do tempo técnico levamos um gol. Até ali dominávamos completamente o jogo. O gol era questão de tempo.

Ledo engano. O primeiro gol, mal anulado, de Édson, tirou um pouco o ímpeto da equipe. O primeiro tempo ia se encaminhando para um intervalo de derrota, quando Wagner resolveu chutar de fora da área, coisa rara nessa temporada, e empatamos no apagar das luzes.

Era de se esperar que a equipe voltasse do vestiário com sangue nos olhos. Se eu fosse jogador, diria aos companheiros: “É sério isso? Estamos empatando com esse time de amadores? A zaga deles tem o Zé Carlos! Conhecem o Zé Carlos? O pior zagueiro que Xerém já produziu!”. Todos vibrariam e entraríamos atropelando.

O segundo tempo começou em ritmo de pelada de final de ano entre solteiros e casados. Sendo que o Fluminense era o time de casados barrigudos, bêbados e doidos por mais um pedaço de picanha. O sono só não me veio porque Marlone não permitiu. Sucessivos erros infantis me fizeram ter “saudade” do Chiquinho (isso é ironia, ok?). Ao menos tinha mais força de vontade.

Quando estava para ser substituído, o ex-vascaíno quase fez um gol, bem defendido pelo goleiro da equipe de Duque de Caxias.

Entrou Walter, que em seu primeiro lance fez um gol legal, anulado pelo bandeirinha contratado pelo Sr. Rubens Lopes, o Rubinho. Dois gols mal anulados em apenas uma noite. Belo espetáculo.

Os gols talvez escondessem as falhas bobas da zaga, que tem um Marlon em má fase. Poderiam mascarar as substituições horrorosas do Cristóvão, que tirou o único articulador do time para colocar um improdutivo atacante de velocidade e que insistiu na dupla Fred-Walter. Tiraria o foco da bagunça que está sendo o time em campo.

Precisamos de alguém que ajuste essa equipe minimamente. Não podemos ficar reféns de lampejos dos bons jogadores que temos.

Pressionamos no final da partida na base da bola alçada na área. O gol não apareceu. Se aparecesse o juiz anularia.

Hoje presenciei uma das piores partidas da minha vida. Meu sentimento era de pena. Fiquei desolado. Não via uma solução para aquele desespero. Estávamos empatando com uma das piores equipes do campeonato.

Senhores, a inocência acabou. É hora de cobrar. O Campeonato Carioca é uma bagunça? Sim. Nosso time está entrando no mesmo clima.

O apito final foi acompanhado de vaias ao técnico. A insatisfação da torcida não é fruto de ansiedade. É a pura constatação de que os rumos que tomamos não estão surtindo efeito.

É necessário mudar. É hora de decidirmos o que queremos do futuro. Ficar fora da zona de classificação em um torneio tão fraco é uma vergonha que espero não passar.

Perdi a paciência.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @nestoxavier

Imagem: marina

#SejasóciodoFlu