Flores em vida (por Marcus Vinicius Caldeira)

“Me dê as flores em vida, um sorriso, a mão amiga, para aliviar meus ais… Depois quando eu me chamar saudade, não preciso de vaidades, quero preces e nada mais”.

Esses versos são dos geniais Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, poetas, sambistas ligados à Estação Primeira de Mangueira. Aliás, tive a oportunidade de ver um show em homenagem a Guilherme de Britto na saudosa UERJ, onde ele chorou ao cantarem essa música. Tinha a noção exata que estava nos últimos momentos da sua vida. A vida é um sopro!

candeiaCandeia, Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito

A verdade é que a gente perde um tempo enorme com hipocrisia, lutando em troca de um salário maior num vale-tudo frenético e sem fim, pisa nos outros, faz guerras, humilha o próximo, ostenta, briga, fere, para no fim uma microscópica bactéria ou células mal formadas darem cabo de gigantes ou de anos e anos de inteligência e experiências acumuladas.

O ser humano basicamente, nasce, cresce e morre. O resto é da escolha de cada um. Somos um nada e achamos que somos muito.

Creio que a banda podre da raça humana é uma imensa minoria. O povo em geral é bom. Olhe para o seu lado: quantos são filhos da puta, quantos são bons, Faça a conta: a imensa maioria é do bem. E ai vá fazendo a conta imaginando que gente do bem tem um círculo de gente do bem e bingo: a raça humana é essencialmente do bem! É nisso que me fio, é nisso que acredito. O que precisa é que as pessoas do bem ditem os rumos da humanidade e não essa corja de parasitas que comandam estados.

Perdoem-me o desabafo, mas a vida é uma dádiva! Para ser aproveitada, vivida. Com intensidade, amor ao próximo e alegria, porque creiam: ela é finita. Não há motivo para existirem pobres e ricos, opressores e oprimidos, poderosos e plebe. A vida nos foi dada para o amor, amor ao próximo, alegria, construção, gozo e aprendizado. Todo o resto é obra de meia dúzia de doentes, mal amados e solitários.

Ame sua esposa, abrace seu pai, beije sua mãe, brinque com seu filho, divirta-se com seus amigos, dance, pule, corra, ajude o próximo, escreva, vá ao cinema, trabalhe só o necessário para sua felicidade, beba um bom vinho, uma boa cerveja, viaje, conheça outros povos, fale outras línguas, nade, mergulhe, curta a natureza, ouça os mais velhos, aprenda com as crianças, brigue contra as injustiças, não abaixe a cabeça para ninguém, não faça com os outros o que gostaria que não fizessem com você.

E por fim comemore um gol do Fluminense como se fosse o último…

Porque pode ter sido o último.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

Imagem: lp candeia

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6 Comments

  1. Caldeira,
    isso sim é que podemos chamar por velha escola!
    É muito bom saber que a arte ainda vive!!!
    Deus te abençoe irmão!!!
    Forte Abraço!

  2. Sensacional, Caldeiral!. Estou de pé aplaudindo. Clap, clap, clap, ….. Por acaso vc é adepto do espiritismo?. Eu comecei há pouco tempo a ler sobre. Tudo o que vc coloca na sua crônica é ensinado por essa doutrina. Abs.

  3. Caro Caldeira, muito obrigado pelo texto. Forte abraço e saudações tricolores! !!!

  4. Lindo texto, como é linda a poesia da vida.

    Saudações, Caldeira!

  5. Você é demais, meu amigo.
    A vida é um sopro e tento manter a chama acesa todos os dias.

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