Tricolores de sangue grená, eu chego a dar risada dos nossos detratores. São uns coitados, algozes do nada, defensores do indefensável, vomitadores de esterco vocal. Ver o noticiário tricolor é quase um picadeiro com diversas atrações absurdas. O Fluminense é o líder de seu grupo em pontos, sendo o único dos quatro times mais relevantes do Rio com 100% de aproveitamento no Campeonato Carioca, e basta um pouco de atenção às notícias para nos depararmos com mais um ex-jogador mal agradecido e mau caráter nos colocar no rol dos “times que brigarão para não cair” no Brasileiro, que começa daqui a alguns meses. Isso depois de ter visto dois jogos apenas, com duas vitórias do time, mesmo com mais de dez desfalques. Esse maluco é vidente, porra? Dá os números da Mega Sena pra mim, cacete! O bombardeio também de notícias de um certo queixudo que preferiu voltar pro esgoto de onde foi escorraçado acaba pululando em nossas timelines. Mas aí vem um estraga-prazeres da Flapress tomar o noticiário: Miguel.
Não é a primeira, nem será a última vez que teremos um moleque de Xerém botando água no chope de quem odeia o Fluminense. Quando surge um craque tricolor da eterna fábrica, são obrigados a falar, a colocar em evidência, principalmente quando não há mais como escondê-lo. Aliás, os editores devem estar se rasgando: Nino na seleção olímpica brasileira, Fernando Pacheco, novo contratado, na seleção olímpica peruana, Marcos Paulo frequentemente convocado para a seleção portuguesa, Ferraz bem, Luccas Claro bem, Marcos Felippe pegando até pensamento, Hudson aparecendo bem, Nenê voltando a acertar a baliza e, para coroar, Miguel Silveira deitando os cabelos. Estão tendo trabalho para jogar uma cortina de fumaça dessa vez. O nosso meia é uma realidade e há algum tempo falo nele. Está pedindo passagem e nesse ano será muito útil, com toda a certeza. Ele é um sopro fresco de vitalidade no meio de tantos veteranos que, sabemos, não aguentarão o pique o ano todo. A maratona de jogos é cruel.
Desde que se instituiu a Flapress, o Fluminense é um João Bobo. Batem incansavelmente nele, mas sempre volta com mais força ainda no rebate. Miguelzinho é o rebate da vez, como já foram tantos outros. Historicamente, nos momentos em que mais fomos desacreditados é que tiramos forças para voltar com tudo e dar a volta por cima. O momento é grave, complicado, mas não dá para dizer que não há um norte. O Fluminense não está à deriva, não está abandonado, devendo meses e meses de salário atrasado, com água e luz cortada, com risco iminente de falência. Estamos mal das pernas e com dívida elevada, sem dúvida, mas não deixem que aproveitem nossos problemas para pisar em nós. Somos gigantes e merecemos respeito, nem que tenha que ser imposto na marra, na defesa institucional de cada torcedor quantas vezes for necessário, na presença em grande número nos jogos em que for possível comparecer, no grito da torcida, no canto apaixonado, no vestir as três cores a todo tempo.
A vitória contra a Portuguesa foi de acordo com o previsto (apesar do péssimo primeiro tempo), mas temos que ressaltar a quantidade de desfalques, que penalizaria qualquer time grande contra qualquer adversário, mesmo com um elenco superior ao nosso. Os caras treinaram mais e estão mais bem condicionados. No futebol, sabemos como isso faz diferença. Mas técnica também faz diferença e ter um craque no time como o nosso meia de Xerém é fundamental para qualquer equipe que almeje títulos. Neste domingo, encararemos o Bangu no calor escaldante de Moça Bonita (torcendo pra vir uma chuvinha) e é de bom tom que consigamos a vitória, já que o grupo A está, no geral, arregando pro grupo B, e os pequenos Volta Redonda e Madureira estão dando as cartas também. Logo, precisamos continuar somando pontos para termos boas chances de chegar às semifinais. Teremos algumas novidades para essa partida, mas vou esperar a escalação do Odair para ter uma ideia melhor de como vai ser o jogo. O Bangu empatou com Resende e Vasco, então não é galinha morta. Olho vivo e pra cima deles!
Curtas:
– Como os jogos têm sido “quarta e domingo”, vamos encarar a molambada na próxima quarta, às 20h30 no Maracanã. Difícil saber o que esperar desse jogo, pois decidiram colocar um time completamente alternativo na Taça Guanabara. Se vierem com essa equipe bizarra, nosso dever é atropelar sem dó. Se escalarem os titulares sem ritmo de jogo, pode ser que façamos também uma boa partida. A conferir.
– E depois tem o Boavista no próximo sábado. Se fosse em Bacaxá, poderia complicar a nossa vida, mas como é no Maracanã, confio numa vitória.
– Devolvam Felippe Cardoso de graça e peçam desculpas à torcida. Ainda está em tempo.
– A torcida tá doida pela volta do Frederico, mas se essa novela continuar se estendendo, talvez só consigamos contratá-lo no segundo turno do estadual. Acho difícil que se resolva rápido, porque nem Cruzeiro nem Fred estão dispostos a perder grana (e o Cruzeiro nem pode se dar a esse luxo). Então, torcedor, muita calma, esquece essa situação aí… de repente rola uma surpresa.
– Ansioso para ver Michel Araújo, Yago Felipe e o Fernando Pacheco. Confio bastante que esse trio nos dará alegrias.
– Palpites para os próximos jogos: Bangu 0 x 2 Fluminense; Flamengo 0 x 3; Fluminense 4 x 1 Boavista.
Panorama Tricolor
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