Flapress: a manipulação do som na TV (por Paulo-Roberto Andel)

Tudo já foi dito sobre o que aconteceu no campo na quarta-feira: a enorme pressão rubro-negra, ainda que não se traduzisse em finalizações perigosíssimas; o rodízio de faltas claramente adotado contra o Fluminense, com a total anuência de Daronco; o reequilíbrio tricolor no segundo tempo, mesmo com um homem a menos. Quer dizer, nem tudo isso foi dito com a mesma ênfase porque, claro, criou-se um novo modelo de megalomania: fazer do primeiro tempo deste Fla x Flu uma referência mundial de futebol avassalador do time rubro-negro, com o simples objetivo de igualar o último confronto entre os dois times até então.

Para quem acompanhou a partida pela TV (com transmissão para todo o Brasil), veio de brinde mais um acontecimento inusitado (porém, longe de ser inédito), que chegou a espantar até mesmo os espectadores mais distraídos: a manipulação da transmissão do som ambiente nas arquibancadas do Maracanã na hora em que o foco era a torcida do Flamengo, tão alta que sugeria que o estádio tivesse sido tomado por sua torcida, quando todos sabem que aconteceu justamente o contrário. Como o Fluminense era o mandante do jogo, vendeu boa parte dos ingressos antes para seus torcedores. E, como todo mundo sabe, no Fla x Flu a torcida tricolor grita em dobro, mas no SporTV Sound Machine aconteceu justamente o contrário. Incrível, escroto, mas nada surpreendente.

Nas raras cenas panorâmicas da TV, via-se nitidamente que a massa tricolor dominava os setores leste e oeste, além do tradicional sul – e cantando como nunca. Ao rival, coube basicamente o setor norte. No entanto, a clara manipulação do som na transmissão tratou de criar uma nova realidade. Nem no tempo em que o Maracanã recebia 140 mil torcedores num clássico e os flamenguistas eram maioria, havia tanta disparidade de som numa transmissão do clássico. Claro, provocada de maneira proposital na mesa.

Mais uma vergonha promovida “sem querer” a favor do clube mais querido da emissora de TV. Passou dos limites. A manipulação do som sugeriu uma verdadeira fraude em termos do público presente e suas manifestações.

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Agora, algo mais ridículo do que a edição do som na transmissão só poderia vir da autêntica Flapress: o arrogante blogueiro Mauro Cezar Pereira, por sinal um entusiasta do ódio contra o Fluminense em 2023, com seu tom professoral pardalino no Twitter:

Como é patético este cidadão fazendo pouco caso do raciocínio alheio. Quem vê, até pensa que o dito cujo já pertenceu ao terceiro escalão do jornalismo esportivo brasileiro.

Arrogante, pedante, polemista oco e mofado.

Afinal, o que o Flamengo fez de espetacular no clássico? Jogou com alta intensidade em parte do primeiro tempo e chutou uma bola na trave. O que mais aconteceu de extraordinário? Nada.

Fábio, o melhor jogador do Fluminense em campo, fez algumas boas defesas, nenhuma defesa extraterrestre. Ninguém tirou bola em cima da linha, nada.

A nova da Flapress é o título de “melhor treinador do jogo” (ou de parte).

Pelo visto, o recalque com o trabalho de Fernando Diniz, a perda da Taça Guanabara e o massacre na final do Carioca continuam doendo muito no “mais querido”.

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Imaginem o que seria essa turma à solta hoje se o Flamengo tivesse feito 4 a 0 ontem aos 20 minutos do segundo tempo.

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Apesar da truculência, a falta que gerou a expulsão de Felipe Melo pode gerar dúvidas e discussões, no mínimo.

O que não teve qualquer dúvida foi a pisada criminosa de Gabigol em Ganso. Lance para vermelho no ato, contando com a cara de paisagem de Daronco.

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Nelsinho merece uma bela coluna só para ele. Eu a escreverei nestes dias. Um craque. Um treinador gigantesco, fundamental para garantir o tricampeonato em 1985 – um dia, Antonio Gonzalez contará tudo a respeito.

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Diz o presidente do Fluminense que poderá escrever um livro com a verdade sobre as bobajadas da Flapress sobre virada de mesa etc.

Ainda que não se conheça o talento literário do comandante tricolor, já que é iniciante no ramo, sem dúvida é uma iniciativa bem-vinda.

Contudo, e é bom que se diga, a maior defesa institucional já publicada sobre o Fluminense é fruto deste PANORAMA, lançada em 2014 e contando absolutamente tudo sobre as maledicências que tentaram impor ao Flu – inclusive por gente como o blogueiro Mauro Cezar.

Que bom que o presidente pense em escrever um livro. É um avanço para quem, anos atrás, considerava absolutamente normal que um funcionário do clube requeresse na Justiça a destruição de um livro sobre o Fluminense.

Quem sabe o comandante também pense em prestigiar as dezenas de livros sobre o Fluminense, e que vão muito além – em todos os sentidos – dos livros de arte produzidos pelo clube?

É um avanço. Acreditemos.

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