Amigos, amigas, não tem muita coisa para explicar nessa saborosa vitória, como sempre é num Fla-Flu, não importa tanto em que circunstâncias.
Roger tira Nenê do time e coloca Cazares. Retornam ao time Samuel Xavier e Caio Paulista.
O que muda com isso? Muito pouco. Cazares, ao contrário de Nenê, participa um pouco mais da construção de jogo, o que não quer dizer que seja sua posição. Assim como Nenê, Cazares é quarto e não terceiro homem de meio de campo e não lhe tem superioridade física, com seus quilinhos a mais.
Para fazer o que fez Roger, o nome correto seria o de Paulo Henrique Ganso no lugar de Nenê, mas nem isso faria o time muito mais produtivo, porque não é compatível jogar com Ganso, Caio Paulista e Fred no mesmo time.
Com Fred e Cazares, o Fluminense entra muito inferiorizado fisicamente em qualquer jogo, contra qualquer adversário. Não foi diferente contra os Dissidentes, que não tinham uma única peça em campo do meio de campo titular, mas, mesmo assim, ganharam o meio de campo.
É impressionante que Roger ainda não tenha percebido isso. Não importa qual a estratégia do adversário, ela vai funcionar contra um time que atua com dois jogadores que inferiorizam o time fisicamente. Vide o jogo da última quarta-feira, quando, para piorar, Roger entrou com Fred, Nenê e Cazares, nenhum dos três, na minha visão, titular.
O primeiro tempo foi de um passeio dos Dissidentes, que poderiam ter saído com uma vantagem robusta para o intervalo, mas Marcos Felipe e a trave estavam lá para garantir que não era a tarde deles.
Roger volta com o mesmo time para a segunda etapa e o jogo não muda. Aliás, o que muda é a queda na criação adversária. Lá pelos 20 minutos, Roger finalmente resolver mudar o time. Nenê e Lucca aparecem na beira do campo, para desespero de todos os tricolores do mundo.
Porém, Roger tira Cazares e Fred. De uma só feita, Roger resolve nosso problema de inferioridade física e, com Nenê, ainda preserva um toque de qualidade técnica, enquanto Lucca aumenta nossa capacidade física no jogo.
Acidentalmente, Caio Paulista se machuca e abre vaga para Luiz Henrique, que ressurge das cinzas. No primeiro lance ofensivo, atuando deslocado pela direita, faz grande jogada e obriga o goleiro dissidente a fazer grande defesa. O Fluminense já era superior no jogo aos dissidentes, num jogo de troca-troca formidável. Nenê, com fôlego e com espaço, não nos inferiorizava fisicamente, mas agregava tecnicamente.
Já com Kayky e André em campo, Nenê inicia uma jogada no meio, que passa por Kayky e chega a Luiz Henrique, que faz bela jogada individual pela direita e cumpre à risca a liturgia. Vai ao fundo do campo e cruza para trás, encontrando André na marca do pênalti. Uma jogada toda construída pelos quatro jogadores que haviam entrado. André manda para o barbante e o Fluminense vence o Fla-Flu, jogando só 20 ou 25 minutos de um jogo de 90 minutos.
É para comemorar a vitória? Sim. Mas é para se lamentar que mais uma vez Roger tenha achado uma solução para 90 minutos, como no jogo contra o Corinthians, mas ninguém acredite que isso vá mudar alguma coisa nas escolhas totalmente equivocadas na escalação inicial da equipe.
Nenê não pode começar jogando, Cazares não pode começar jogando e Fred não pode começar jogando. São jogadores para situações de jogo específicas. Não se faz futebol abrindo mão da proficiência física, não tem como, a gente vai falar isso até ficar sem voz. A gente tem que buscar o melhor desempenho unindo proficiência física e técnica, para ter proficiência intelectual e tática no jogo.
Se eu estiver falando alguma besteira, por favor, me avisem. Meu time para o próximo jogo é: Marcos Felipe, Samuel Xavier, Nino, Lucas Claro e… passo; Yago, Martinelli, Ganso, Luiz Henrique e Gabriel Teixeira; Abel Hernández.
Por que o passo? Não dá para ter um jogador como Egídio, que consegue se superar nos erros de passes. Tem que encontrar alguém para ocupar a nossa lateral-esquerda. Egídio é, no máximo, um bom reserva, já que Danilo Barcelos nem isso é.
Enfim, com esse time que eu coloquei aí nós temos construção de jogo, opções de marcação, qualidade técnica, posse de bola e agressividade ofensiva. Deixa o Nenê, o Fred, Caio Paulista e Kayky como opções táticas para o segundo tempo.
Saudações Tricolores!