O Fla x Flu está rugindo (por Edgard FC)

Mais uma vez enfrentaremos o clube que nos quis como maior rival em uma final. Na realidade, duas finais. Em dois jogos. Seria esse mais um “duagonal” ou “bidimensional” em vez de uma FINAL?

O jogo que surgiu 40 minutos antes do nada e que nunca acaba, como já bem contados e cantados em versos, prosas e charangas por gênios de nossas escritas e que deram grafias às nossas odisseias. Não tão complexas e beligerantes como as de Homero ou Kubrick, mas sim as de nossas gloriosas e apaixonantes decisões.

Muitas vezes chegamos a elas como o franco atirador, o azarão, desacreditados e, por Minority Report, já vencidos ou goleados, segundo especialites da nossa mofada e lobotomizada (grande) imprensa.

Grandes são os outros, o FLU é ENORME. E é apoiado por isso e por muitas outras variáveis, que todo TRICOLOR jamais temeu um FLA x FLU. Nunca, nem mesmo em tempos romarianos, ziconianos, que dirá agora em tempos gabigoleanos.

Mas de antemão, do lado contrário, já prevejo estremecer estruturas e racionalidades em prol de promover – ainda mais – o clube que se quis grande (e é) às custas de impropérios e inverdades, subvertendo a realidade e o consciente coletivo. Refundam a história, suprimem finais e decisões, convertem-se em seita, fazendo a gente, não nós ou nosotros, mas a gente que está por aí, solta, a esmo a crer que, vencerão de antemão o jogo mesmo que joguem com time reserva, sub-júnior ou master. Confundem os fundamentos e tentam à fórceps arrancar as marcas e mágoas que sofrem. Desde sempre e eternizado em seu hino popular. Ai, Jesus, cantam alegremente ao referir-se ao duelo que se aproxima.

Um campeonato escanteado, rifado, com menos dois grandes na disputa, que cederam lugar a duas equipes semi-amadoras mas que, organizadas, conseguiram tentar atrapalhar os planos de mais um FLA x FLU. E vai ser assim, nos embalos de dois sábados à noite, esse que é o maior e mais famoso clássico brasileiro acontecerá, com tentativa de abafamento e narrativa de desimportante. Mas nunca para nosso rival, que sempre repete essa cantilena mas nunca deixa de buscar esse título (do carioquinha, segundo cronistas) entra ano, sai ano.

Ao Fluminense que caiu nesse, mais um, canto da sereia, meus sentimentos. Pois nenhum clube se fez ou se faz grande, sem se afirmar em sua seara, em sua senda, sem demarcar território. Pergunte ao West Ham se ele aceita perder para o Millwall em jogo amistoso que seja. Procure saber se o poderoso Barcelona poupa seus titulares contra o outro catalão Espanyol. Vide se o dionisíaco Real Madrid topa deixar escapar uma tentativa de vencer o Atletico, mesmo quando este amargava as divisões inferiores do campeonato (binário) espanhol.

Podemos e devemos ter prioridades fora do sítio, vislumbrando voar e dominar nosso céu do Cruzeiro do Sul, empilhar vitórias e o título que nos falta nos arredores da linha equatoriana até os confins do continente sul-americano, mas jamais deveríamos ter deixado de reinar em nossa cidade, nosso território. Um dia nós fundamos o que se conhece por futebol por essas terras, também organizamos, construímos um estádio, modernizamos e ditamos as regras. E por isso ainda somos e seremos respeitados.

Vamos, Fluminense, com garra, com raça, com futebol, com dribles, com Fred, Kayky, Martinelli, e até mesmo com Egídio, Nenê e demais cotas internas, vencer mais essa disputa. Com inteligência e com bravura, com bola nos pés, nas cabeças e nas redes. As estruturas do Maracanã vão tremer e os varais vão se dobrar à força e glória das três cores que traduzem e perpetuam tradição. Nós somos a história mas também o futuro, o porvir.

Não paro e nunca deixarei de cantar essa paixão que vem de dentro. Vitória sempre!

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