Fla x Flu, a tua hora chegou (por Paulo Rocha)

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A gordurinha já era. Foi queimada nesta última rodada do Campeonato Brasileiro. Se não perdeu posição na tabela, o Fluminense viu seus perseguidores por uma vaga no G6 se aproximarem perigosamente. Agora, teremos nada menos que um Fla-Flu pela frente, e só existe uma forma de encarar o embate: sem medo.

Temos que tentar propor o jogo desde o início, com marcação alta e a máxima retenção de bola possível. Na hora de atacar, usar os lados do campo e, nas bolas paradas, ter sempre uma surpresa preparada. Seria mais ou menos por aí.

Bom, mas quem sou eu para tentar dar dicas aos jogadores e ao técnico Levir Culpi (que, volto a dizer, é o cara responsável por fazer desde grupo um postulante a voos maiores)? Eu sou “apenas” um cara que conhece a história do Fla-Flu há muitos anos, desde os anos 1970, quando Rivelino e Zico duelavam para sempre mais de 100 mil pessoas no Maracanã.

Fla-Flu se ganha é na disposição, enquadrando os caras, fazendo cara feia, intimidando, na bola, o adversário, sem violência, porém com ousadia. E, acima de tudo, sabendo que pode escrever o nome na história conforme o seu desempenho.

No primeiro turno, em Natal-RN, vencemos graças a duas lambanças rubro-negras. Desta vez, em Volta Redonda, não podemos depender disso. O Flamengo virá para cima, está embalado: cabe a nós fazê-lo lembrar-se que, à sua frente, está um time vindo de derrota para o Santos na Vila, mas que nos últimos seis jogos bateu Atlético-MG, Grêmio e Corinthians – estes dois últimos em suas arenas.

Outra coisa: gostei da divisão de torcidas, meio a meio. Fla-Flu é isso. Não se enganem, houvesse mais tricolores no estádio poderíamos ser nós mesmos os mais pressionados. Aliás, acho que quantos mais urubus melhor. Existe algo mais saboroso do que calar os bicos das aves agourentas e vê-las levantar voo após o apito final sem forças sequer para protestar?

Para que possamos, após os 90 minutos, afirmar que tudo segue “normal” é preciso que joguemos junto, time e torcida. E que cada um que envergar nossas cores, dentro ou fora das quatro linhas, o faça com espírito vencedor. E fundamentalmente: sem medo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: rocp