Fla x Flu: a alegria continua (por Paulo-Roberto Andel)

ANDEL RED NEW

Voltamos a cantar, como se Mário Reis aqui estivesse. Ganhar Fla-Flu reduz os níveis de colesterol, reduz o stress, aumenta a potência sexual e a sensação de orgasmo – para quem transa -, melhora a pele e faz crescer cabelos escuros. É uma das melhores experiências desta Terra sem transe. E é normal.

De cada dez fichas apostadas, nove cravavam a Gávea. Sempre foi assim, desde os tempos de Barthô. Nos momentos decisivos, a soberania é nossa. Uma derrota teria colocado o Fluminense nas cordas, mas a capacidade de desafiar definições é uma marca das Laranjeiras: está nas almas, nos tijolos, nos bustos e não depende de nenhum ser humano em especial.

Os flamengos dominaram o primeiro round e perderam pelo menos quatro gols. A turma do churrasco, toda tricolor e do contra, suava frio. A questão maior é que eles não tinham o material humano qualificado para decidir. Comemoramos o empate no intervalo.

O Fluminense voltou diferente, fez um a zero na sinuca maluca contra – aka José Cunha -, mas sequer saboreou, sofrendo o empate logo em seguida. Depois das mexidas, tudo mudou e o contestado garoto Richarlison deu drible de gente grande, garantiu a vitória e saiu lesionado. Que azar, mas nem tanto – ele voltará logo. Perdemos vários gols e aí a vantagem poderia ter sido maior.

No primeiro Fla-Flu em Natal, deu Fluminense. Vamos celebrar. Vamos comemorar a valer. O resto é uma bobagem, depois se resolve. Chega dessa babaquice de rotular quem é ou não é tricolor, quem discorda e concorda. Todos amam o Flu e ninguém é o fiscal de rendas e posturas deste amor. Fodam-se o arrogante, o feioso, o Frankenstein da torcida, o zé mané: vencemos o Fla-Flu. Estamos vivos demais.

Mas como eles seriam favoritos? Tínhamos bons presságios expressivos a nosso favor. Os aniversários do mitológico gol de barriga e do mestre Gilberto Gil pesaram demais. Corrupto é meu jebolião em boca de candinha.

Na hora do 2 a 1, abracei um monte de amigos felizes, exultantes. Um deles deixou uma sentença infalível: “É muita pretensão alguém achar que pode entrar no meio do caminho entre cada um de nós e o Fluminense. São retas sem barreiras nem capatazes.” – vamos festejar e confraternizar. Semear o ódio é coisa de otários. Tricolores são outras palavras.

Richarlison entrou para a história familiar a milhões. Ainda é cedo para dizer se ele terá a perenidade de um Super Ézio, um Fred ou mesmo o nosso interminável Magno Alves, ou se pertencerá ou intenso efêmero que abriga Amauri, Cristóvão, Alexandre, Luiz Marcelo e tantos outros. O fato é que, ao marcar contra a Gávea, o jovem atacante sequestra para sempre um pedacinho dos nossos corações e mentes. Taí o Barthô de 1912 que não nos deixa mentir.

Ganhamos o Fla-Flu. Volto a 1979. Ser criança com o mundo pela frente é demais. Correr pela praça será pouco. Vale até inventar uma hora do recreio na escola para promover a gozação. Até o Chiquinho está radiante no Twitter. Ele merece.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap

3 Comments

  1. Hola tricolores;

    Segue a alegria tricolor. Nossa camisa, nosso escudo, além de lindos, carregam e ao mesmo tempo produzem uma áurea inexplicável de vencedores. Vencemos, da maneira “normal”, somente com as camisas, quando tivermos um time, então vamos para o G4.

    ST

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