Tudo igual
O Fla-Flu de ontem foi marcado pelo equilíbrio das forças, não propriamente pela partida em si.
O Flamengo, em melhor fase (grande, em se tratando de sorte com arbitragens), com mais força física, ímpeto mas talento reduzido. O Fluminense com sua eterna marcação da intermediária para trás, que facilita o avanço de qualquer adversário mesmo limitado, além de outros problemas já conhecidos.
De legal, resgate de tesouros perdidos: pó de arroz na esvaziada arquibancada tricolor e a simulação do velho placar do estádio nos telões – ideia de gênio que merece ser mantida. Recordar é viver um outro Fluminense.
No campo, Henrique, Valencia (tirando o gol) e Wagner bem, Cícero idem. Conca tentando e errando acima da média. Enquanto aguentou, Fred teve alguma movimentação e, pelo talento de sempre, empatou o jogo no finzinho do primeiro tempo – o Fla tinha feito 1 x 0 numa jogada boba, com Eduardo da Silva no chão mas finalizando. Bruno, Elivélton e Carlinhos, dispensáveis. A Gávea com mais volume, o Flu com mais serenidade, até demais.
Segundo tempo, Alecsandro perdeu um gol incrível, Fred também – monstruoso o Paulo Victor na defesa, nome de craque. Luxemburgo, esperto, mexeu antes de Cristóvão e, com isso, dominou o terreno imprensando o Flu em sua defesa. Ataque (sem finalizações contundentes) contra defesa.
Sem Henrique e Valencia, o Flu encarou a pressão de peito aberto; o problema estava, como sempre, na velocidade padrão Canal 100 do time, o que espanta qualquer chance de contragolpes mortais. Não basta um jogador, mas sim o conjunto. Resultado: um monte de cartões amarelos, típico do time que dica correndo atrás do oponente. No último lance, Cavalieri evitou a derrota.
Dado o momento, empatar um clássico não seria ruim. Mas a carência técnica do time rubro-negro, senhor da etapa final, não deixa dúvidas: nada mudou significativamente em termos de Fluminense, mais uma rodada sem vitória e o G4 mais longe.
Finalmente, Fred reclamando à imprensa da falta de velocidade do time tricolor. As partidas mais velozes do Fluminense neste Brasileiro foram justamente durante sua ausência. Não resta dúvida a respeito de seu vasto arsenal técnico; no entanto, seria desejável uma sincera autocrítica e a percepção de que que não é Romário.
A melhor piada, feito aquelas do Bocage? Suposta falta de Fred no gol de empate. Levando-se em conta a recente lista de “equívocos” que tem beneficiado o rival, a se julgar a falta verdadeira, ela daria cem anos de perdão às Laranjeiras… do lance legal do Cícero, não deram um pio.
Mediano, o Flu segue em frente. A impressão de que 2014 poderia estar sendo muito melhor é a sóbria realidade. Quarta-feira, dez da noite, Grêmio no Maracanã de novo. Um programa para os incansáveis heróis das arquibancadas, que não falham nunca. Lá vamos nós.
Panorama Tricolor
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