Fomos campeões há menos de duas semanas – um mês antes, o time era a casa da mãe Joana, desgovernado na era BBS (Baptista, Bittencourt & Simone), mas redivivo a seguir – e a felicidade inundou os milhões de corações tricolores por conta da Primeira Liga. Depois o Carioca escapou e, agora, tudo cheira a teen spirit.

O Fluminense de volta à uma disputa na Copa do Brasil, esticada para durar o ano inteiro e satisfazer os anseios da Globo.

Enfrentar a Ferroviária de Araraquara, um time tradicional do interior paulista que, por muitos anos, ficou fora dos grandes cenários e agora está de volta. Revelou inclusive zagueiros que se consagraram como campeões pelo Flu, casos de Galhardo nos anos 1960 e Vica nos 1980.

O grande barato desses confrontos é mergulhar na surpresa. Naturalmente torcemos para que o Fluminense vença todas as partidas que venha a disputar, embora isso seja impossível. Queremos todos os títulos, é a vocação de quem torce para um grande time.

Mas o que será desse enfrentamento? Não sabemos ao certo. Pode ser uma classificação opaca, expressiva ou até nem acontecer (sai pra lá!). E se for um passo importante para a grande conquista da Copa do Brasil, com a consequente classificação para a Libertadores?

Tudo isso remete a um pensamento claro: toda partida é importante. Não sabemos o que decorrerá das próximas duas semanas, nem quando voltaremos a ter um jogo decisivo contra a Ferroviária. O certo é que o Fluminense de Levir é candidato a voos mais altos e prolongados. Mostrou isso na Primeira Liga e poderia ter mostrado também no Carioca – que nós mesmos boicotamos no PANORAMA e, depois, o próprio clube voltou a fortalecê-lo. Mas passou. A vida segue.

Torcemos para um time que deve ser candidato a conquistar todos os campeonatos em que esteja presente. Por isso mesmo, aí estão a importância da Copa do Brasil e desta disputa contra a Ferroviária. Diante de olhares distraídos, pode parecer pouca coisa a princípio; quem sabe não signifique muito mais adiante?

O futebol é farto em deliciosas histórias nascidas em circunstâncias supostamente desimportantes.

Copa do Brasil é disputa, é vontade, é decisão permanente por conta do sistema da competição. Todo jogo é fundamental e, para ser campeão, é preciso falhar minimamente. Tanto faz se é num clássico ou contra um adversário pouco afeito aos holofotes. Nela, todos os que abusaram da soberba foram punidos magistralmente.

Copa do Brasil é seriedade.

O Fluminense de Levir é o da humildade.

Ciente de sua necessidade de evolução, das limitações e ajustes, sem o deslumbramento de oitava maravilha do mundo – que não é -, mostrou na Primeira Liga o espírito que a Copa do Brasil exige. Por isso mesmo, existe confiança na classificação e nem poderia ser diferente. Lá vamos nós.

Ninguém sabe ao certo o que vai acontecer, mas sempre acreditamos no melhor. É o caminho. Ser Tricolor é acreditar sempre, com ou sem favoritismo.

Que venham duas grandes semanas enquanto o Brasileirão não começa.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

imagem: rap