Precisou o Fluminense voltar à zona de rebaixamento para que parte da torcida tricolor deixasse o mundo de Lolypop e voltasse à vida real.
A situação no Campeonato Brasileiro é muito preocupante. E não é pela atuação, que foi boa diante do Botafogo apesar do resultado desastroso, mas sim porque o clube parece refém de fragilidades evidentes.
E são muitas. E valem muitos debates. Afinal, noutros momentos terríveis, o Fluminense fez boas partidas onde acabou sendo derrotado, castigado, rebaixado e humilhado.
Neste sábado, a maior delas nos custou muito caro e pode custar ainda mais.
O caso de Felipe Melo é emblemático. Não é coincidência que a recuperação do Fluminense no Brasileiro se deu sem ele.
Há quem o ame, o idolatre, o chame de deus supremo, de símbolo da raça etc.
Eu o considero um ex-jogador medíocre. Sempre foi. Vi toda sua carreira. Nunca foi protagonista de time algum e foi mais conhecido por suas jogadas violentas, que não significam raça. Raça tinha Marcão. Valencia. Jandir. Denilson. E Felipe Melo não jogou mais do que nenhum deles. Fui contra sua contratação, especialmente pelo custo x benefício ser negativo.
Acontece que os títulos costumam iludir os mais apaixonados ou mesmo quem está fora de órbita. A Libertadores tem transformado jogadores medíocres em super feras, embora os números não enganem – pesquisem. Felipe Melo não é o único caso, mas é o mais emblemático. Pode ser que tenha utilidade nesse estranho equipamento que chamam de vestiário, mas desde o ano passado é um ex-jogador, que parece entrar em campo por outros motivos que não sejam os estritamente esportivos.
No começo, Mano Menezes parecia que ia resolver a situação, mas claramente cedeu e o resultado aí está.
É curioso o comportamento de alguns tricolores, que execraram o menino Esquerdinha mas toleraram pacificamente os erros patéticos de Felipe Melo contra o Juventude e neste sábado, quando entregou de mão beijada o gol para o Botafogo e, de forma ridícula, tentou alegar falta no lance. No máximo, falta de condições para um ex-jogador.
O mesmo Felipe Melo, endeusado por muitos mas que não foi protagonista de nenhuma conquista do Fluminense, no máximo coadjuvante, é o mesmo que destroçou a classificação na pré-Libertadores de 2022, nas semifinais da Copa do Brasil de 2022, no momento atual e em mais uns 20 jogos. Por muito menos, e de forma errada, no passado o Fluminense defenestrou jogadores para sempre. Pelo visto, a régua de tolerância aumentou muito. Por que será?
Não, eu não quero satanizar Felipe Melo. Apenas expus minha opinião. É um jogador medíocre, que regularmente é escalado mesmo sem mais condições de jogar futebol profissional, pelo menos num clube como o Fluminense.
Agora, até quando o Tricolor será refém da escalação de Felipe Melo, capaz de por tudo a perder com menos de dez minutos em campo?
Para colocá-lo em campo, Fernando Diniz abusou das loucuras. Fazia André e Martinelli correrem por três ou quatro, depois botava o segundo morto de quarto zagueiro, justamente para cobrir o cidadão que não aguenta jogar 45 minutos.
O fato é: ao colocar Felipe Melo em campo, Mano Menezes prejudica o Fluminense involuntariamente. Aliás, Mano vinha tão bem e resolveu dinizar, mandando uma banana para um torcedor. A bola pune.
E Felipe Melo, se realmente é tricolor, deveria colocar a mão em sua consciência, perceber que está prejudicando seu clube de coração e, sinceramente, para preservar sua carreira – inclusive para os que o acham muito mais jogador do que é – poderia encerrá-la. Hoje.
Marca um amistoso no Maracanã, faz festa, joga junto com o filho, faz a multidão latir na arquibancada e tudo bem. Está legal.
Agora, o que está sendo feito com o Fluminense hoje é uma verdadeira sacanagem. O Flu não pode ser tratado como uma mesa de pôquer.
Sim, não jogamos mal e agora tem uma batalha pela Libertadores. Mas sinceramente, alguém pode estar tranquilo com esta situação no Brasileiro?
Nossos próximos confrontos são Atlético Goianiense, Cruzeiro, Flamengo, Vitória e Grêmio. Ao final desta série, estaremos na 32a rodada, ainda com o jogo a cumprir contra o Athletico. Trata-se de uma série decisiva. Temos 27 pontos em 26 jogos, média de 1,04. Quem se salva geralmente tem média 1,21 ou 1,20.
Se quiser escapar do rebaixamento, o Fluminense não pode mais escalar Felipe Melo, sob risco dessa média não ser alcançada.
E que o torcedor tricolor entenda de uma vez: grandes títulos também são conquistados por jogadores medíocres. Isso já aconteceu muitas vezes no próprio Fluminense, em todos os grandes times campeões e até mesmo seleções que conquistaram a Copa do Mundo.
Não há latido que salve o fim de uma carreira.
Concordo plenamenteFelipe Melo nunca foi um bom jogador, quando o Fluminense contratou fiquei revoltado mas como vc disse tem gente que o considera um “craque”