Feito amor de mãe (por Jéssica Rocha)

Sem título

Parei para analisar e cheguei a uma conclusão: coração de torcerdor, tem seus altos e baixos, assim como o de mãe. Sofre e fica feliz junto, tá ali nas piores e melhores horas, não abandona por nada, mesmo que o filho, ou melhor, o time, não mereça. Promete deixar de castigo, mas logo faz as pazes. Briga, grita, berra, faz escândalo, mas ama além de tudo. Na verdade, o coração de mãe é valente, guerreiro, não se abate por nada. E, se a fase não ajuda, levanta a poeira e dá a volta por cima. Mas se desesperar? Jamais.

Assim eu defino um coração tricolor, sofre, promete abandonar, fala mal, xinga, mas só ele pode. Ai de algum indivíduo se meter a besta de xingar também. Como eu disse: só ele pode. É um sentimento inenarrável que só quem ama MESMO entende. Como o jeitinho de mãe, tá sempre querendo cuidar, apoiar, dar atenção e nunca abandonar. Mas a coisa complica quando a fase não ajuda, basta uma malcriação ou derrota, para tudo desandar na maionese. No começo até fica sem falar, prometendo dar aquele gelo que não dura nem uma “semaninha”. É impossível, não tem como não se render.

Mãe adora inventar sabores diferentes, não é mesmo? Mudar os móveis, tudo de lugar. Torcedor também, tá sempre dando seu palpite, querendo botar fulano no lugar de ciclano e assim tentando mudar a cara da equipe. Se a mãe não gosta de uma coisa, não tem santo que a faça mudar de ideia, ela vai dar seus “pitacos” até a coisa melhorar. E nada muda quando o assunto é torcida, afinal, sempre estamos ali cobrando. Sabe aquela frase que mãe adora falar? “Não faz mais que a sua obrigação” Pois é, ela irrita, mas torcedor também adora citá-la em dia de jogo.

Se tem uma coisa que mãe sabe fazer muito bem é dar sermão, ou melhor, o esporro é tanto que ela dá uma minipalestra. E se pedirmos a opinião de algum torcedor sobre o que ele acha do time, ele tá lá, firme e forte com o mesmo estilo, a língua afiadíssima, dando a sua minipalestra também. Mãe sempre tem aquela vizinha metida a besta, que acha que é a dona do prédio, e que ela detesta dar de cara com a bonitona no elevador. Torcedor também tem sempre aquele amigo metido a “bambambam”, que acha que tem um rei na barriga, aquele rival insuportável que ele é obrigado a dar de cara em todo campeonato.

Inúmeras são as semelhanças quando o assunto é coração de mãe e torcedor. A comparação maior, com certeza, é que todos esses sentimentos são regados de muito amor. Basta ser mãe, filho, torcedor, para sentir a emoção, felicidade, alegria, tristeza, euforia, tudo num mesmo espaço, num só coração. É necessário ter pulso forte para aguentar todas as fases dessa vida. Mas prometem sempre estar ali, perto, juntinho, até o fim, até o apito final e principalmente, até que a morte os separe. Afinal, amor de torcedor, é igual ao de mãe, eterno.

Enfim, a única certeza é que corações de mãe e de torcedor batem incondicionalmente, trazendo consigo um sentimento tão puro, que nenhum cientista ou filósofo conseguiu até hoje, com suas fórmulas e teorias, explicar. Eu diria que são complexos casos de amor, seja a relação de mãe e filho ou de torcida e time. Ambos inacabáveis e inenarráveis.

Saudações Tricolores e um Feliz dia das mães a todas as guerreiras, em especial à minha, que me ensinou a amar o tricolor carioca!

Panorama Tricolor

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