Na véspera de um Fla x Flu decisivo, Ézio faz 57 anos. Melhor presságio não há. O eterno camisa 9 do Fluminense está entre nós para sempre, e por isso se justifica a celebração.
Quando lembramos de Ézio, inevitavelmente vêm à tona grandes e gloriosos gols, vitórias maravilhosas e o maior título de todos os tempos: 1995. O artilheiro é o paradigma do Fluminense na primeira metade dos anos 1990.
Também pensamos especificamente em grandes triunfos sobre o rival da Lagoa, e faz sentido.
Contudo, acontece que Ézio superou as definições de artilheiro e ídolo tricolor, extrapolando as funções. Reconhecidamente o mais gentil e simpático de todos os jogadores tricolores, ele alimentou o sonho de milhares de crianças, jovens e adultos com abraços, afagos, boas palavras e um sorriso indestrutível. Quem o viu de perto atesta os fatos. Ézio fazia naturalmente o que muitos passaram a fazer forçadamente na era da internet, tudo para capitalizar likes.
A simpatia e gentileza de Ézio eram, de certa forma, uma contrapartida pelo que emanava dos próprios torcedores e que, com a rudeza dos tempos, se tornou algo cada vez mais escasso. Os que seguem a cartilha da grosseria e da rispidez deveriam pesquisar Ézio para corrigir tais defeitos. Num tempo em que o Fluminense não tinha títulos mas brigava muito por eles, éramos mais humildes, educados e atenciosos uns com os outros, o que se perdeu nos tempos modernos, onde a lacração estúpida geralmente vem acompanhada de falsa erudição, mais muitos erros de Português e História.
Ézio é gol, garra, luta, dedicação mas principalmente elegância. Elegância. Um símbolo tricolor que precisa ser sempre lembrado e resgatado.
Talvez seja difícil precisar onde Ézio está nesse momento além dos corações tricolores, mas só por hoje. Nesta terça, seu lugar é o de todos nós: no Maracanã, num clássico importante, no Fla x Flu que, assim como Ézio, ele mesmo, é um templo de imortalidade.
Andel, Ezio jogou num período difícil de nossa história: times fracos, atraso salarial, ambiente conturbado etc. E ainda assim, foi carrasco dos molambos. Meus colegas de trabalho gabavam-se de seus feitos, mas findo os fla-Flus, os tricolores é que tiravam onda. Pelezio – Pelé + Ezio. Cruézio – cruel + Ezio – em alusão a Januário Oliveira. Ezio foi o herói dum tempo de vacas magras. Pena ter nos deixado tão cedo.
Tive o prazer de conhecer o Super Ézio numa festa de exposição aqui em Itaperuna. Ele já aposentado, mas foi atencioso com todos que vieram falar com ele. Pena que não tenho um registro fotográfico, mas ficou pra sempre marcado na memória. Ídolo eterno.
Viva o superÉzio.
Ezio foi um artilheiro de comportamento exemplar, porém atípico para o meio do futebol. Em tempos difíceis, ele personalizou o torcedor tricolor ao executar o maior rival de forma contundente e regular. Ótima lembrança daquele que foi o super-herói das horas incertas!