Exibição razoável do Flu, resultado muito ruim (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, eu espero que Abel Braga tenha uma explicação razoável para não ter relacionado Paulo Henrique Ganso para o jogo de ontem. Porque, do contrário, a sensação que nós, torcedores, teremos é a de que o Fluminense não tem qualquer interesse no Campeonato Brasileiro, a principal competição que temos pela frente. Ou, talvez pior, que não acredite no título dessa competição, o que é uma péssima mensagem para a torcida que, mesmo assim, foi em bom número ao Maracanã, inclusive maior do que no jogo da última quarta-feira, contra o Oriente Petrolero.

Abel, em tese, não mexeu na estrutura do time, já que optou por Natan no lugar do maestro tricolor. Só que Nathan não tem rigorosamente nada de Ganso, o que fez com que a dinâmica de jogo do Fluminense fosse bem diferentes da dos últimos jogos. Tivemos um time com mais correria e até com mais intensidade, mas com dificuldades enormes de construir.

Como, no entanto, o time do Santos não fizesse nada diferente de se defender e contra-atacar mal, a frequência com que a bola rondava a área praiana fez com que o Fluminense acumulasse oportunidades de gol. Não foi um jogo ruim do Fluminense, foi apenas pior do que o que vínhamos presenciando, que era bem menos do que aquilo que já presenciaramos em algumas ocasiões, quando atuamos com o já lendário Time B.

Abel tinha a oportunidade de aproximar nosso jogo do daquele time que chegou a acumular nove gols em três jogos, tendo cedido quase nada de oportunidades aos adversários. O time do 4-4-2. Mas Abel preferiu poupar (para que?) Ganso e manter o time com três zagueiros. Quando poderia ter dado a oportunidade a Nathan, entrando no lugar de um deles, para ser o quarto homem do 4-4-2, atuando à frente de Ganso. Talvez Nathan pudesse ter sido mais efetivo do que na pobre apresentação de ontem.

Eu sei que estou sendo chato, exigente, tricolor ao extremo. É que a vida me fez assim, porque eu fui apresentado ao Maracanã vendo Rivelino, Paulo Cézar, Carlos Alberto Torres, Dirceu, Marco Antônio, Rodrigues Neto, Gil, Pintinho e Cia. Não tem como ser diferente. Mais à frente, eu vi Ricardo Gomes, Aldo, Duílio, Branco, Romerito, Assis, Washington, Tato e Cia. Espero que as amigas e amigos me compreendam.

Sendo assim, eu fui ao Maracanã para ver Ganso, esperando que Abel trocasse um dos zagueiros por Martinelli ou Nonato. Eu não queria ver Yago sendo obrigado a ser o organizador do time, que não é a praia dele. A constar, eu celebrei mais a chegada do Yago do que a de Ganso, contra o qual tinha a mesma desconfiança de todos. Mas depois de algum tempo a gente vai entendendo a complementaridade das coisas. Sem Ganso, Yago se perdeu e Nathan não se achou.

Continuo esperando pelo momento em que Abel se dará conta da inutilidade de atuar com três zagueiros tendo um meio de campo técnico e capaz de desequilibrar os jogos, sem contar com a formidável dupla de ataque, que ainda se dá ao luxo de ter Luiz Henrique na reserva.

Eu gostaria muito de ter visto Samuel Granada entrando no jogo, em que pese a dor de cotovelo por aquela bola na trave do Fred não ter entrado. Mas a gente precisa pensar no elenco para toda a temporada. Luiz Henrique está vendido e Fred vai se aposentar.

Perdemos dois pontos na estreia e isso tem que ser visto como algo grave. Só tendo noção da gravidade do que aconteceu ontem no Maracanã teremos noção do que nos cabe fazer daqui para frente, que é ganhar o Campeonato Brasileiro. Um título que não temos há dez intermináveis anos.

Não podemos aceitar que o Fluminense entre nessa competição a meia guarda. O título brasileiro tem que ser perseguido como a Terra Prometida, como o último prato de comida do mundo, não importa o que digam. Se tem time e elenco para isso? O tempo dirá, porque o presente é enigmático. Não podemos é achar que é agora a hora de fazermos experiências ou negligenciar o legado acumulado da temporada.

Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. Savioli, o Natan é uma contratação que não deu certo; lembremo-nos que ele começou como volante e foi adiantado depois e pelo visto jogava melhor de volante. Pergunto: o que fazer se Ganso for suspenso ou se lesionar? Como armar o time sem prejuízo técnico-tatico?? Valeria a pena testar o Yago Ferreira, filho do Iranildo??

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