Estou de volta! É muito bom viajar, mas também é muito bom voltar para casa. Não sei se sentiram falta de mim, mas eu senti de vocês. Graças ao casamento de um amigo/irmão, tive a oportunidade de “sair em turnê” pela Europa. Sendo assim, aproveitei para conhecer alguns dos mais importantes estádios do velho continente, sempre vestindo uma camisa do Flu e empunhando a bandeira tricolor.
Primeira parada: Amsterdã, Holanda. Apesar de muito se falar nos seus famosos “coffee shops”, nas vitrines do Distrito Vermelho e nos moinhos, a capital dos Países Baixos vai muito além. É um povo genial e extremamente engenhoso. Eu poderia falar de tudo que eu encontrei por lá, mas vamos nos ater ao futebol. Amsterdã é a casa do Ajax – ou Aiax, como eles pronunciam – um time que por algumas vezes foi o mais poderoso do mundo. Berço de jogadores como Johan Cruijff, Marco van Basten, Frank Rijkaard, Edwin van der Sar e o nosso conhecido Clarence Seedorf, entre vários outros.
O acesso é muito tranquilo, via metrô (que obviamente está anos-luz à frente do nosso). O local não é isolado, mas muito bem planejado. Ao descer na estação você se depara a um grande centro de entretenimento e comércio a céu aberto. Restaurantes de todos os tipos, grandes lojas esportivas, lojas de eletrônicos e um complexo da Heineken com salas de cinema e uma casa de show. Atravessando o local você chega rapidamente ao estádio, mas para acessar a entrada do tour e a loja, é necessário contornar um pedaço.
Além do acesso fácil, o espaço é bem aberto e a ArenA possui um vasto estacionamento próprio. A loja é bem grande e você encontra todo tipo de produto relacionado ao time. Claro que era um festival de camisas, bonés e chaveiros, mas também estavam à venda lancheiras, kits de festa infantil e tudo que um fã pode querer. Comprei a tradicional camisa branca com faixa vermelha vertical e pedi que colocassem “Rods” e “6”, como de costume. O que nunca se se pode esquecer na Europa é que se está gastando em euros e a camisa não é nada barata – as da adidas saem por 80 e as da Nike por 85.
A estrutura do estádio ainda abriga um restaurante e um bistrô. Ambos decorados com camisas autografadas, imagens histórias e troféus. Cheguei a ficar triste ao me lembrar do Bar dos Guerreiros, mas enfim… Vamos ao passeio. O tour é pago e feito em horários já certos. Você não precisa reservar com antecedência, mas precisa chegar a tempo.
Assim como praticamente todos os holandeses, a guia falava inglês e nos levou a uma salinha (wi-fi liberado!!!) onde passou um filminho sobre a história da ArenA e um pouco sobre o Ajax. O projeto inicial era que ali fosse feito o Estádio Olímpico para os jogos de 1992, mas como na ocasião Barcelona venceu a disputa, os planos foram adiados e a inauguração, com participação da realeza local, para 1996.
O tour segue pelas arquibancadas. É um estádio muito confortável e ainda moderno. Com uma capacidade para cerca de 50 mil pessoas, o espaço é amplo e agradável. Tanto a lotação quanto a dispersão se dão em uma velocidade surpreendente. À propósito, na época de sua construção foi criada a empresa Amsterdam ArenA (sim, com o segundo “A” também maiúsculo), que ajudou nos projetos da Arena do Grêmio, na Arena Fonte Nova e na Arena das Dunas.
Uma de suas características mais especiais é sua cobertura retrátil, o que impossibilita que qualquer problema relacionado ao tempo inviabilize jogos ou eventos. O estádio também serve de palco para grandes artistas, como Michael Jackson, U2 e Madonna. Na minha visita não pude ver o gramado, pois tinham acabado de tampá-lo para o show de “um tal” de Roger Waters, que aconteceria no fim de semana.
Uma coisa interessante que a guia nos contou é que por conta da Holanda não ser um país populoso, mesmo as grandes torcidas locais não chegam perto das que conhecemos aqui no Brasil, logo não é tão fácil lotar o estádio. Para poder assistir aos jogos você precisa ser sócio do Ajax ou membro da torcida adversária. Caso não seja nenhum dos dois, precisa pedir uma autorização especial para poder entrar.
Para a torcida visitante existe um espaço reservado na arquibancada superior, atrás de uma bandeirinha. É demarcada por uma divisória móvel e pode dar mais ou menos espaço, dependendo do tamanho da torcida. Uma medida interessante que eles tomaram é que os visitantes são obrigados a fazer um caminho isolado, sem contato com a torcida do Ajax. O maior adversário do Ajax é o Feyenoord de Roterdã (e não o PSV, como alguns pensam). Por conta de vários incidentes entre as torcidas, hoje é proibido o encontro das duas torcidas. A torcida do Ajax não pode assistir jogos em Roterdã e a torcida do Feyenoord não pode ir a jogos em Amsterdã.
A guia ainda leva o grupo por diversas partes internas, túneis, áreas comuns, sala de coletiva (onde mais me diverti), vestiários e camarotes (lá conhecidos como skyboxes). Tivemos a possibilidade entrar em um dos camarotes e, rapaz… coisa de maluco. Trocaria fácil pelo meu apartamento!
Por fim posso dizer que, apesar de ter sido construída há 17 anos, a Amsterdã ArenA está no mesmo patamar que os nossos estádios para a Copa de 2014. Aliás, minto. Levando vários fatores em conta, posso dizer que está acima. Foi palco da final da Champions 97/98 (Real Madrid 1×0 Juventus) e será também da final da Copa da UEFA 2013/2014.
Na próxima coluna levarei vocês ao San Siro / Giuseppe Meazza, casa do Milan e da Internazionale.
ST!
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @Rods_C
Fotos: Rods
Rods responde:
É fácil: Amsterdam Bijlmer ArenA station
Boa visita!
Você sabe me dizer em qual estação de metro fica o estádio?
Muito bom! Show de bola!