Eu nunca tinha ido à Alemanha antes e nessa viagem fizemos dela nosso principal foco. Primeira cidade: Munique, a capital da Bavária. Explico: assim como vários outros países europeus, a Alemanha é formada por regiões, que, antes de unidas, eram reinos separados. A região da Bavária é a mais rica do país e durante toda a sua história foi muito poderosa financeiramente. Não é por menos que o Bayern compra o jogador que bem entender – e, por isso, é odiado pelas outras torcidas.
Meu conselho é: vá a Munique. A cidade é extremamente organizada e ainda assim alegre e festiva. Você pode ir a uma cervejaria com centenas de anos, comer o melhor joelho de porco do mundo e ainda conhecer Neuschwanstein, o castelo que inspirou Walt Disney. Pequeno jabá feito, vamos falar de futebol.
Para variar, chega-se facilmente à casa do Bayern de Munique usando o metrô. Indo a partir do centro (Marienplatz) de U6 (“u” de underground) na direção de Fröttmanning, você chega em confortáveis 16 minutos. A partir da estação uma boa caminhada. O local, no norte de Munique, é planejadamente isolado e oferece amplo estacionamento. De longe você já vê o “pneuzão branco”. Falando assim, até parece tosco, mas o lugar é lindo. Agora, se você for durante o frio, prepare-se bem, pois venta muito.
Chegamos e fomos circundando o estádio até chegar ao acesso do tour. Compramos os tickets que davam direito ao tour – em inglês ou em alemão depende do horário, mas tem todos os dias – e a visitar o museu. Aproveitamos o tempo que tínhamos antes de sair e fomos até o bistrô almoçar. Em tempo: do lado de fora são vários acessos de escadas, cada um levando estabelecimento separado, tudo bem organizado. A visita sai do restaurante do estádio, que é tipo um self-service de comida típica alemã.
Fomos andando com o guia – muito bom, por sinal – por dentro do estádio até as muito confortáveis arquibancadas. Após algumas explicações, a brincadeira foi mostrar a acústica – fantástica – do local. Uma disputa de grito de “gol” com as outras turmas que estavam em pontos diferentes da arquibancada. É incrível o som que pouco mais de 20 pessoas podem causar lá dentro. Fomos até um ponto mais próximo, na lateral do campo e recebemos algumas explicações sobre a grama e outros detalhes.
O Allianz Arena comporta até 71 mil espectadores, foi inaugurado em abril de 2005 e sediou a abertura da Copa de 2006. Sua arquitetura foi projetada com o intuito de ser a vanguarda dos projetos esportivos. Tudo pela pequena bagatela de 340 milhões de euros.
Seguindo pelos corredores do interior do estádio, é difícil não notar o valor que eles dão aos seus jogadores. Tem foto e pôster de tudo quanto é tamanho. Chegamos aos vestiários, que são quatro, mas passamos diretamente para o do Bayern. É bem bacana e arrumado. Cada jogador tem seu banco-armário, com nome e foto. Posso estar enganado, mas provavelmente foi de lá que saiu a inspiração para o das Laranjeiras.
Passamos pela área mista (aquela na qual os jogadores dão entrevistas pós-jogo) – sempre ouvindo muita história e explicação – e chegamos a um Audi. Sim, um Audi. O guia nos contou que todo jogador recebe um – com direito a escolha entra alguns modelos – que pode devolver ao fim do contrato ou ficar em troca de um valor simbólico. Ribéry, por exemplo, está dirigindo um S8 em 2013. Graças às altas cifras que recebem, alguns nem aceitam o presente.
Logo depois, um momento de fã mesmo. Um “banco de reservas” para você tirar fotos ao lado de Dante, Neuer, Lahm e Robben. Não neguei.
Passamos para o lado de fora para conhecer a iluminação externa especial que, Infelizmente, só pude conferir pela maquete. Toda aquela parte branca possui diversos tubos brancos, vermelhos e azuis passando por dentro e a ativação segue o seguinte esquema:
– Jogo noturno do Bayen: fica toda vermelha.
– Jogo noturno do Munique 1860: fica toda azul.
– Jogo noturno da Alemanha: fica toda branca.
Para quem não sabe, o Munique 1860, ou TSV 1860 Munchen, tem mais de cem anos e é o outro time da cidade. Hoje disputa a segunda divisão alemã. É bom dizer que a iluminação foi projetada para não ofuscar a visão de quem passa de carro pela autobahn e nem pilotos de aviões ou helicópteros. De lá a administração do Maracanã buscou inspiração para a iluminação especial que depende do time mandante.
Fim de tour, hora de conhecer ao museu. Excelente, sensacional e grandioso. Merecia um post próprio, mas vou tentar encaixar aqui. É um salão gigantesco com troféus, camisas, passagens históricas, telões, filmes (tinha uma pequena sala de cinema passando o filme sobre a trajetória do título da Champions), curiosidades, área dos ídolos, maquete do estádio (com áudio e iluminação), display de todos os jogadores em tamanho real, carros (da equipe de rally Bayern/Audi), montagens… enfim, é difícil descrever. Um verdadeiro show. Nem sei quanto tempo passei ali dentro. Tudo brilhando e bem organizado. Digno de levar um torcedor apaixonado às lágrimas.
Depois, o check-in na lojinha. Lojinha? A mega store do Bayern deixa qualquer loja grande de shopping no chinelo. Lembra o que eu falei sobre a loja do Ajax? Multiplique por cem! Tem até uma área para você tirar foto com uma réplica da taça da Champions e fazer na hora uma montagem com os jogadores. De chinelos a casacos contra nevasca, passando por toda sorte de produtos, incluindo, é claro, as camisas oficiais atuais – tive que levar a azul e a branca – e da temporada passada. Comprando, você ainda recebe um fan kit bacaninha.
O que eu posso dizer? Se você tiver que optar para conhecer um estádio antes de morrer ele tem que ser a Allianz Arena. Eu fiquei embasbacado, estupefato e de sorriso de orelha à orelha. Vou me permitir sonhar com o dia que o Flu terá um estádio (contando museu e loja) assim.
No próximo post, o Estádio Olímpico de Berlim.
ST!
Nos acréscimos:
– Veja como foi a minha visita à Amsterda ArenA, casa do Ajax
– Veja como foi a minha visita ao San Siro / Giuseppe Meazza, casa de Milan e Internazionale
Panorama Tricolor
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Fotos: Rods