Além de buscar a vitória logo mais, o grande barato desse jogo do Flu diante do Grêmio é a volta ao Engenhão, inesquecível salão de festas tricolor no começo dos anos 10.
Éramos mais divertidos como torcida e vivência diária do time na Internet – depois vieram o Face, o Twitter e aí bostearam tudo em nome da apocalíptica sentença de Umberto Eco: a Internet deu voz aos imbecis, especialmente a pretensos “formadôris de openeaum”, “derigêntis”, “leões de teclado” e outros débeis mentais. Bom, mas que se dane essa laia e suas derivações.
Temos como ganhar? Claro, é tudo nivelado, um ano digno é possível mas precisamos de mais, muito mais. No momento estamos bem, o ambiente parece legal em campo mesmo com os eternos salários atrasados. Por ora, vamos em frente. Mais adiante, tomara que a política do clube gere um nome novo para que o mais do mesmo dos últimos 30 anos – salvo raras exceções – não se repita.
Apesar de não permitir a boa e velha migração da torcida no segundo tempo, o campo ser longe da arquibancada e dos gritos não fazerem pressão, o Engenhão tem cara de estádio de futebol: subúrbio, ruas modestas, churrasquinho de rua, chinelão. Nunca lotou direito e direto, especialmente nos clássicos, porque o torcedor não aceita infidelidades e o velho Maracanã ainda está na memória de todos os que o viveram, sem contar essa escrotidão de 10% dos ingressos para os visitantes, prática anticarioca de berço. De toda forma, é um estádio maneiro onde se chega e sai de trem tranquilamente.
Nosso time vivia a mesma zona financeira de hoje, mas tinha Unimed e pelo menos os craques estavam assegurados. Agora é o “bom, bonito e barato” dos tempos de Júlio Alves – o polivalente – e Valquir Pimentel, ou Carlinhos Itaberá tirando satisfação no alambrado das Laranjeiras por ter sido criticado numa jogada, enquanto alguém gritava “Volta pra marcar, seu desgraçado FDP!” e todo mundo ria, até o ídolo kistch.
No Engenhão fomos muito felizes, campeões e tal, mas meu grande lance da memória por lá foi num Fluminense e Cruzeiro vazio, também num sábado à tarde, acho que em 2011. Jogo empatado, acho que sem gols ou 1 a 1, finzinho e veio uma falta. Deco cobrou, ela explodiu no travessão, subiu bem alto e, ao descer, quicou várias vezes com efeito atrás do gol e todo mundo aplaudiu, até dentro de campo. Deco era um monstro. Contra o Grêmio teve aquele 5 a 4 fantástico de Fred, foi uma noite de glórias também com público reduzido. Como se vê, o futebol não marca somente por títulos.
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Arena é o cacete. #Laranjeiras
Panorama Tricolor
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