Tricolores de sangue grená, nosso amado tricolor normalmente vive em extremos – ou ganha, ou perde. São raros os empates em sequência, mesmo em competições de pontos corridos. As últimas campanhas ressaltam isso. Porém, o ano de 2017 nos reservou uma crise de empatite crônica. Já são nove empates em 20 partidas. Quase metade das vezes que o esquadrão tricolor entrou em campo pelo Brasileirão, saiu com um ponto, com placar igualado. E o que isso quer dizer exatamente? Depende do ponto de vista.
É possível afirmar que essa série de equivalências se dá porque nosso ataque é muito bom, mas a defesa é ruim, o que não deixa de ser verdade, se nos ativermos aos números frios: são 29 gols marcados, quarto melhor ataque da competição e, ao mesmo tempo, 27 gols sofridos, o que nos deixa com a sexta pior defesa (e isso porque, nas últimas duas partidas, empatamos sem gols). A saída de Richarlison enfraqueceu nosso elenco do meio pra frente, ao passo que a chegada de Marlon reforçou nosso elenco defensivamente.
Por outro lado, se considerarmos que este foi um ano apontado por muitos como catastrófico, em que brigaríamos pelo rebaixamento, vemos um time que não se entrega e que não aceita perder. Tem limitações, mas é brioso, o que justificaria o elevado número de empates. Até aqui, vencemos mais do que perdemos. Se está longe do ideal ter a décima colocação, a cinco pontos do Z4, o G6 está a míseros dois pontos de distância. Queiram ou não, ainda estamos no bolo, mesmo sem um elenco galáctico ou babação de ovo midiática.
Nas próximas partidas, teremos a chance de voltar a vencer, contra um Atlético-MG que não andava ganhando de ninguém (exceto da dissidência). O jogo será no Maracanã, o que joga o favoritismo para o nosso lado, em que pese termos campanha melhor como visitante que como mandante. Depois, teremos o Vasco, que também vem numa sequência nada agradável. Provavelmente o jogo também será no Mário Filho e temos a obrigação de devolver aquela derrota patética do primeiro turno.
Com seis pontos, começa a clarear, uma vez que, já nos idos de Setembro, pegaremos o Vitória. O jogo será fora de casa, é verdade, mas a equipe baiana está comendo o pão que o diabo amassou nesse Brasileiro, amargando a penúltima posição no momento. Temos que entrar para vencer. Já não basta o mole que demos contra o Bahia. Se engatarmos os nove pontos, mesmo com todas as dificuldades, mesmo com todas as lesões, mesmo com todos os entreveros e obstáculos, já dá pra sonhar com uma posição digna que nos leve à Libertadores.
Contudo, não posso deixar de mencionar a partida pela Copa Sul-Americana, que será realizada mês que vem contra ninguém menos que a Liga Deportiva Universitária de Quito. Amigos, os tempos são outros, o time é outro, a cabeça é outra, a gestão é outra. Que enterremos de uma vez os fantasmas do passado e entendamos que remoer as injustiças não significa que elas se repetirão. A competição continental é o objetivo do ano, e temos que derrotar e eliminar quem vier pela frente. Contra eles, eu sou mais Fluzão, sem empatite.
Curtas:
– Robinho é uma boa aposta, mas será que vale o que pagamos nele? O que me dá alguma esperança é que Richarlison também foi questionado quando chegou, por conta dos valores, e acabou se configurando em um bom negócio e gerando lucro para o Flu. Vamos aguardar, em vez de meter o pau.
– A pausa que teremos entre a 22ª e a 23ª rodadas (quinze dias) será imprescindível para recuperarmos o restante dos jogadores que podem ser recuperados e dar descanso aos que já estão quase a ponto de estourar. Wellington Silva, Scarpa, Dourado, Lucas e Wendel claramente estão desgastados.
– Se não tivéssemos dado bobeira em algumas partidas que poderíamos ter vencido, os empates contra Ponte e Santos teriam sido ótimos resultados. De qualquer modo, são dois pontos conquistados fora de casa. Que voltemos a vencer em nossos domínios para deslancharmos.
Panorama Tricolor
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