O levantamento do emocional tricolor (por Roberto Rutigliano)

No Fluminense há jogadores que jogam bem, mas tem outros que não sabem dar um passe, não sabem matar uma bola, nem chutar ao gol.

Alguns nunca souberam, outros esqueceram ou estão fora de forma. No jogo contra o Vasco aconteceu que os que não jogam bem jogaram bem e os que sabem ficaram apagados.

“El mundo al revés”, se falaria em espanhol, ou o mundo pelo avesso se diria em português. A verdade é que o Dodi deu um chute de três dedos da intermediária e bola deu uma curva mágica, desnorteando o goleiro do Vasco, batendo na trave e entrando no Gol. Dodi craque?

No segundo tempo, Fred, que não tinha acertado rigorosamente nada até então, recebe um passe de Ganso (outro que está devendo) e crava um golaço.

O RIVAL

O Vasco estava invicto com Ramon, tinha ganho seis jogos e empatado um, lutava por voltar no topo da tabela e tinha em Benitez e Cano dois foguetes argentinos preparados para sacudir as redes de nosso Tricolor. Não sabemos porque, mas nenhum dos dois arrumou nada.

PONTOS FRACOS

Seguimos tomando gol de bola rebatida pelos nossos goleiros, o Hudson entrou mal e quase entrega a paçoca, o Egidio não guarda posição e faz lambança o tempo todo, o Marcos Paulo jogou só 20 minutos e o Evanílson voltou a perder gols.

A TABELA

Com esta vitória, a terceira seguida, o Fluzão chegou ao quarto lugar em seis jogos. Algo realmente para festejar.

O time vem de jogar uma partida a cada 48 horas. Jogou domingo, terça, sábado e aguentou o tranco.

Confesso que fiquei olhado a tabela durante horas, como uma criança que olha para seus brinquedos novos, uma e outra vez com medo de perdê-los. Fluminense na zona da Libertadores!

O QUE VIRÁ

Maionese Hellmann parece ter encontrado uma forma de jogar que deu resultado. Ele é prático, não é bonito o que ele produz, não parte pra cima, não joga de forma vistosa, mas o time está ganhando e, por agora, isso é o que vale. Vem aí o Atlético Goianiense, teoricamente uma moleza.

Seguiremos embalados no Brasileirão e conseguiremos sonhar com castelos e princesas? Ou voltaremos à lama e a nosso passado recente de sofridas campanhas?

Parece que bons ventos sopram pelas ruas das Laranjeiras. Fora nossas virtudes ou precariedades, o emotivo está a nosso favor. Não é mandinga não, é uma confiança que ganhamos: até os pernetas estão acertando.

Como diria o Nelson Rodrigues: “Para nós, o futebol não se traduz em termos técnicos e táticos, mas puramente emocionais”.

Panorama Tricolor

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