Em Xerém, tudo bem (por Rods)

xerem_sedeA terça-feira não foi lá um dos melhores dias para a base tricolor. Duas semifinais, duas derrotas: Al Kass International Cup e Copa São Paulo de Futebol Júnior. Mas, como bem diz meu amigo Marcus Vinícius Caldeira, título é muito bom, porém a principal função da base é revelar jogadores. Eu assino embaixo e sei que os demais tricolores também. O hexa da Copinha ou o bi no Catar nunca poderiam se equiparar ao penta brasileiro. Certo?

É muito importante reconhecer o valor do trabalho realizado em Xerém. Lá os garotos tem acesso a uma excelente estrutura, com dormitórios, seis campos de treino e direito a pedagogos, psicólogos e assistentes sociais, além de todo o tipo de profissional presente no futebol profissional.

O projeto comandado por Fernando Simone e Marcelo Teixeira (este um verdadeiro monstro como headhunter) entre outros, garante hoje, além da revelação, a permanência e a captação de novos talentos. Não se vê mais casos como o dos gêmeos que seguiram de forma pré-matura para o Manchester United. Além disso, você consegue imaginar a moral necessária que uma equipe sul-americana precisa ter para ser convidada a disputar torneios internacionais contra Barcelona, Real Madri, Milan e PSG?

Al Kass International Cup

Al kassEm 2013, a maior parte dos tricolores foi pega de surpresa ao saber da participação do Flu no torneio. Começamos perdendo para o PSG, mas fomos indo em frente até conseguirmos a revanche na final, premiada com o título. Dali já teve garoto subindo direto para os profissionais.

Neste ano chegamos entre os favoritos em busca do bicampeonato. Começamos com nova derrota para um time francês, o que depois se mostrou ser apenas nervosismo. Goleamos o Milan, vencemos o todo-poderoso Barcelona e chegamos à semifinal um dos times-projeto dos organizadores do torneio: o Aspire International, time formado por garotos de diversas nações africanas.

Após um primeiro tempo bem equilibrado, levamos dois gols logo no início da segunda etapa e o time ruiu. Sem forças para reagir, acabamos por levar o terceiro gol e, assim, seguir para a disputa do terceiro lugar contra o Milan. Os garotos foram muito bem, mostraram talento, obediência tática e potencial. Talvez merecessem sorte melhor.

Isso porque, aparentemente, pois não posso fazer acusações sem provas, os africanos estavam acima da idade do torneio. A força física e os rostos mostravam uma maturidade muito acima dos 17 anos. Aliás, se você recorrer ao Google, descobrirá que “gato” é uma prática comum nos times e seleções africanas, com um caso extremo de diferença de 12 anos protagonizado uma vez pela Nigéria. Uma pena, pois a imposição física acaba por frear o talento em construção. Nós do Panorama tentamos até alertar o pessoal da Al Kass.

Mas vida que segue. Essa molecada de Xerém tem muito feijão e grama pra comer ainda. Que cheguem bem em casa.

Copinha

12077833276_5b81322a02A inchada Copa São Paulo de Futebol Júnior ainda é o principal torneio da categoria – apesar de agora ser um campeonato sub-20 – e, para muitos, representa o início da temporada do futebol nacional. O Fluminense conquistou seu quinto título em 1989 e desde então ficou em vários “quases”. Em 2014 tivemos mais um: caímos na semifinal, por dois a um, para o nosso algoz da final de 2011, o Corinthians.

É válido lembrar que por ser a “Copa São Paulo” é sempre muito complicado enfrentar os grandes paulistas. A torcida comparece e pressiona os garotos, que nem sempre estão prontos para isso. Neste ano, para os tricolores, a coisa foi ainda pior. Nossos jogadores foram hostilizados por causa da culpa imaginária que a imprensa paulista nos depositou nesse imbróglio Gávea-Canindé.

Antes de enfrentar o Corinthians, o Fluminense conquistou o primeiro lugar do grupo com autoridade e depois despachou Ceará e Internacional. É importante lembrar que nesse time ainda poderiam estar outros seis jogadores que estão integrados aos profissionais, incluindo Biro Biro, Kennedy e Robert (este poderia estar até no Catar).

Dos garotos que jogaram a Copinha, vários merecem destaque e confiança: o goleiro Matheus, o zagueiro Nogueira, o lateral Léo Pelé, o volante Ícaro, o meia Gustavo Scarpa e o atacantes Denílson e Euller. Alguns outros também devem ser observados com cuidado, como Marlon Freitas, Gabriel e Lucas. É importante lembrar que nem sempre o craque da base vira craque no profissional (lembram do Toró?) e que muitas vezes o jogador mediano vira destaque.

Não, não esqueci o Gérson. Ele, sem dúvida, é o garoto mais talentoso do elenco. Porém não teve o mesmo destaque do ano passado, por não se encaixar bem no jogo coletivo do técnico Marcelo Veiga. O Flu jogou melhor sem ele. Agora é observar sua evolução e ver como chegará aos profissionais.

Vi muita gente reclamando do Marcelo Veiga nas redes sociais. Olha, são 20 títulos em 10 anos. Quase nada… Ele sabe muito bem treinar os garotos e comandá-los em campo. No jogo de ontem acabou cometendo um erro até comum entre os técnicos: mudou o time em função do adversário. Infelizmente deu errado e não houve tempo para reação. Mas isso não desmerece seu trabalho. É mais uma aprendizagem. Espero que ele permaneça e, quem sabe, receba uma chance no time principal um dia. Quem sabe?

Antes que eu me esqueça, voltando a questão de “gatos”, aquele colombiano Brian do Corinthians tem mais barba e bigode do que eu. Mas enfim…

Ainda em 2014 devemos ter a Copa BH, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da categoria. Muitos títulos pra disputarmos e muito futebol pra mostrar.

Uh, vem que tem! São os moleques de Xerém!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Fotos: flusocio.com.br / internationalcup.alkass.net / Bruno Haddad – Fluminense F.C.  

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2 Comments

  1. Destaco o pequeno Gabriel do Sub-20, tem tudo para um desenvolvimento semelhante ao W. Nem, pois tem características um pouco distintas, vem mais de trás, e no time que foi ao Qatar fiquei bem impressionado com o volante, e até o penúltimo jogo, capitão Gustavo Rizzi, cabelo estilo Dante, que saiu gesticulando ao ser substituído ontem. Não é certo reclamar, mas o garoto joga muito e o tecnico tira 1 volante e põe outro em vez de cobri o LE que tava sofrendo com o ataque quase todo em cima dele!

    1. Rods comenta:

      Wilson, tb gostei muito do Gabriel, mas depois da fase de grupos deu uma sumida e acabou pagando a conta para o retorno do Gérson ao time titular. De qualquer forma, como coloquei, vale ser observado com carinho.

      Concordo contigo sobre o Gustavo Rizzi.

      ST!

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