Após uma vitória no clássico mais importante do país, não só para o Fluminense mas também para o futebol, não é difícil que os ânimos se alegrem e a esperança volte a nos aludir. Então é sobre isso que quero tecer.
Mais uma vez nossa camisa, nossa história e o brio dos jogadores, sobretudo os que entraram no segundo tempo, nos conduziram a mais uma vitória em um Fla x Flu. Normal. Importante como o quê, logo após uma goleada humilhante sofrida para um clube que vai se tornando algoz, rubro-negro também.
O lance do gol que sacramentou a vitória foi de solidariedade, construção coletiva, primor técnico, vontade exemplar e sabedoria tática, mas dos próprios jogadores. Nada se deve a estilo de jogo, plano ou qualquer atributo que deva ser dado ao treinador. E sim vertentes dos atletas em campo e intuição.
Por isso e sobretudo, é bom que não percamos a fé, mas também não usemos dessa vitória para mascarar o que sabemos, o Fluminense segue nu.
As substituições obedeceram o mesmo padrão softwariano que controla o treinador. Talvez a diferença tenha se apresentado nas opções disponíveis para a partida, sem Abel ou Raúl, na saída do Fred, Lucca foi a opção, e como não é atacante de área, mas sim um jogador que se movimenta, fez mais sentido para o tipo de jogo, pois dessa forma quando tentávamos atacar nosso adversário não tinha a referência de a quem marcar.
Nenê entrando no segundo tempo, já duelando contra adversários mais desgastados, fez sentido. Mas isso a TORCIDA já vem alertando há tempos.
Porém Roger não entende dessa forma, ele tem para si e divulga através das coletivas que é ele quem pensa em tudo, que tudo sabe, tudo vê. Num misto de egocentrismo e onisciência. No que eu diria a ele: malandragem, dá um tempo.
O Fluminense não carece de um ser supremo que tenha o condão e o bornal nas mãos. Não precisamos de um Gandalf ou um Dumbledore. Mas sim de hobbites e potteres que, bem empenhados e sabedores do que precisam entregar, possam e devam fazer o Flu brilhar.
Portanto e porquanto, investir em treinador que saiba trabalhar as qualidades e desenvolver os jogadores deveria ser o foco principal, pois se ainda não cruzeiramos, vascamos ou botafogamos, muito se deve aos bons frutos que sobem da nossa base.
Gostaria de estar otimista com o porvir do nosso clube, mas não sei se devo me permitir tal devaneio, pois uma coisa é a paixão, a torcida e a fé, que sigo estimulando na medida do possível, outra é análise do que o campo de jogo nos diz, assim como um verso do também tricolor Rogério Skylab: “A esperança não existe, a esperança é o caralho. E você vai continuar fazendo música?”.