Oi, pessoal.
Como prometido, eis o dia para falar sobre a filosofia de jogo do time e isso significa falar do principal responsável por ela: Eduardo Baptista.
De pronto ou de prima, eu vou confessar que gosto do atual treinador. Acho cruel cobrá-lo dos resultados ruins quando ele chegou no clube, encontrando terra já arrasada pela estupidez do Fred e diretoria por manter Enderson tanto tempo, permitindo aquela avalanche de derrotas.
Ainda assim, algumas coisas me agradaram no Eduardo, que já me fizeram vê-lo como um técnico, não só melhor do que os seus quatro antecessores mas também uma aposta que tem boas chances de dar certo em 2016.
Um dos pontos mais elogiáveis foi o discurso dele, na chegada, que reconheceu a grandeza da instituição, quando na tentativa de levantar o moral e motivar, afirmou, com razão, que o Fluminense era time para disputar o topo da tabela.
Eduardo encontrou um grupo com rachas – vale lembrar declarações de Vinícius, Edson, Antônio Carlos – e um time à beira de ataque de nervos ou em total letargia, já praticamente fora da briga pelo G4, com salários atrasados por conta de atrasos da patrocinadora, o que elevava a perda do foco.
Apesar disso, o quarto treinador do ano ajudou na honrosa classificação sobre o Grêmio e numa semifinal onde fomos melhores que o Palmeiras na maior parte dos 180 minutos. Teve sobriedade, igualmente, ao evitar que o time fosse contaminado com o desespero do rebaixamento, algo que se livrou somente a três rodadas do fim da competição.
Não pôde imprimir seu estilo por conta disso e optou pelo o que havia implementado no Sport-PE: as duas linhas de quatro, mas com jogadores mais ofensivos e melhor posicionados, ao contrário do que fazia Enderson. É a receita do Atletico de Madrid do Simeone, algo muito usado por Alex Ferguson no Manchester United.
O time oscilou no esquema, como já vinha ocorrendo, mas a qualidade de saída de bola e do passe melhoraram demais porque Eduardo escalou o clássico Cícero de primeiro volante inúmeras vezes. Esse foi outro ponto louvável porque indica que Eduardo Baptista lê o futebol atual além dos 99% dos seus colegas e de torcedores brasileiros, impregnados que foram e ainda aprisionados às teorias limitadas usado no Brasil nos últimos 21 anos.
O fato de escalar como primeiro volante um jogador técnico ao invés de um brucutu, como grandes times fazem, e escalar jogadores velozes no lado do campo, centralizando Gérson e não mais o Marcos Jr, foram detalhes que me deixaram com boa esperança para que, começando do zero, a partir da montagem do elenco, Eduardo faça um trabalho sóbrio e muito bom para a próxima temporada.
Fã de Tite, o único treinador brasileiro da era Dunga que se propôs crescer na parte da montagem ofensiva, agressiva, da construção e armação das jogadas, e aparentemente conseguiu, Eduardo Baptista tem tudo para se tornar no Fluminense o que o atual treinador campeão brasileiro se tornou para o Corinthians.
Torço por isso. Pelo custo. Pela sobriedade. Por ele já ter demonstrado que prefere jogadores com qualidade técnica sabendo como isso não significa perder a qualidade na marcação, porque no ataque e no meio-campo bastam marcar o passe e pressionar, assim, é preciso ter mais preparo físico e usar o espaço para cansar menos do que distribuir pontapés.
Para tal, um início de ano bom, sem derrotas bruscas e indignas, será fundamental para Eduardo ter tempo de dar corpo ao time e equilíbrio, revertendo a desconfiança da torcida, conquistando seu apoio para que assim, uníssono, o time faça um Brasileirão e Copa do Brasil apresentáveis, com um futebol agressivo e estável.
Torço por essa melhora. Por um Fluminense, ao contrário dos últimos cinco anos, pelo menos, atuando como um time azarão, que não agride, que joga por uma bola, jogando como time pequeno, mesmo, muitas vezes ou quase sempre, tendo qualidade igual ou superior ao adversário. É de chorar. É sofrível!
Torço por esse equilíbrio e acredito que Eduardo Baptista tenha a capacidade de implementar isso na prática, algo que não seus antecessores não tiveram, ajudando o Fluminense nesse sentido. O resto, serão os fatos de 2016 que veremos. Me cobrem!
TOQUES RÁPIDOS
– BEM-VINDO, Diego Souza. Não me importa mais se você, no auge da imbecilidade juvenil, cuspiu no prato que comeu, em gestos deploráveis no primeiro Fla-Flu com a camisa do seu rubro-negro. Você não será pago para ser torcedor nem grato, e sim para cumprir os horários, se dedicar e jogar o bom futebol que sempre teve.
Um jogador com a cancha de campeão do Diego ajudará nos altos e baixos que os mais jovens sofrem, ainda mais na posição primordial que é a armação e chegada ao ataque, porque exige mais frieza e poder de definição maiores.
– ADIÓS, ROBERT: E eu gastei meu latim à toa, de novo: Robert vai para o Barcelona. Ah, agora sim, um “empréstimo” justificável para um jogador de “alto nível técnico”.
– FALANDO EM BARCELONA… como é prazeroso assistir o trio Messi, Suarez e Neymar: um pequeno grande gênio, um explosivo celeste e um sambista virtuose.
– OUTRO GRANDE REFORÇO : Wellington Paulista está indo para a Ponte Preta.
– UM GRANDE SUSTO: Pelo amor de Deus, Erazo é piada de mau gosto! E piada de mulambo!
– A CORRUPÇÃO NA FIFA: Michel Platini foi um dos meus ídolos no futebol quando criancinha, bem pequenininha mesmo (risos). Assistia o campeonato italiano e sua Juventus pela Bandeirantes.
Banido do futebol por oito anos por cobrar e receber propina de cerca de R$ 8 milhões de reais do presidente da FIFA, Joseph Blatter, Michel Platini é mais uma prova do que falamos: não é que não haja corruptos nem crimes no primeiro mundo; a diferença é que por lá existe punição sem ver a quem; algo que no Brasil inexiste, ou praticamente ou totalmente.
OUTRA DIFERENÇA QUE FAZ TODA DIFERENÇA: como a CBF e os clubes brasileiros, a FIFA, UEFA e Conmebol não deixaram de ser investigadas e sofrerem intervenção por serem instituições privadas, muito menos seus dirigentes ficaram impunes. Outra diferença que faz toda a diferença. Só para lembrar.
– ADEUS, ANO VELHO: Fim de 2015, pessoal! Ano muito ruim para nós, tricolores. É verdade! Mas, que 2016 reserve momentos de alegrias e conquistas memoráveis. Merecemos.
Fecho esse meu primeiro natal como colunista do Panorama Tricolor com sentimento de imensa gratidão ao Paulo Roberto Andel e João Marcelo Garcez, sobretudo.
Eu gostaria também de agradecer aos outros cronistas da casa pela fidalguia com que me receberam; foi tocante!
E POR FIM E MAIS IMPORTANTE: claro, aos leitores, razão de ser e sentido de tudo desse espaço verde, branco e grená: muitíssimo obrigada pela atenção, o companheirismo, as dicas, lembranças, críticas, enfim, a permuta entre corações apaixonados que sentem e sabem o significado ímpar, moral e ético, estético e grandioso, de ser Fluminense. Rá!
Feliz Natal a todos!
Abraços,
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBrunoFlu
Imagem: vt sportv
Nós é que agradecemos ao Panorama e a vc, pelos excelentes textos……e por nos (me) ensinar um pouco mais de futebol e suas táticos……rsrsrs
Parabéns e feliz Ano Novo!!!!!
Quero gritar Campeão!!!
ST
É isso aí Crys,
Muito boa sua análise.
Feliz Natal p vc tb e toda galera do Panorama Tricolor!
Saudações Tricolores!
Aguardando o seu retorno com as suas excelentes análises táticas.