Editorial – Jornalismo não é panfletagem

Durante muitos anos, e não é segredo para ninguém, o Fluminense sempre penou com o descaso e deboche das redações e estúdios, um comportamento que perdura até hoje.

A reação veio com a popularidade da internet: sites, blogs, lives, tweets. E o Tricolor tem uma das maiores movimentações internautas do futebol brasileiro.

Muita gente de boa qualidade e com bons propósitos faz parte deste universo. Contudo, o contrário também acontece, o que é extremamente nocivo para a torcida tricolor e o clube.

No mesmo território em que habitam excelentes comunicadores e cronistas interessados exclusivamente em servir ao Fluminense, há velhos conhecidos da manipulação midiática, sempre de olho em oportunidades comerciais, pouco importando as consequências para o clube – e este, por sua vez, faz acenos simpáticos não para harmonizar as boas relações necessárias ao tema, mas sim com meros interesses eleitoreiros em 2022. Deplorável, para dizer o mínimo, mas em nada surpreendente.

Cabe ao torcedor tricolor o discernimento para não se deixar levar pela panfletagem eleitoral travestida de jornalismo. Jornalista esportivo que se preza não troca favores com dirigentes, não faz acordos espúrios, não aluga suas opiniões, não acerta manchetes e nem as muda conforme a expectativa dos ventos bancários.

Jornalismo é compromisso com a realidade e não com a farsa.

Num Fluminense dentro da normalidade, hoje seria o dia de torcer não apenas por uma grande vitória no Fla x Flu, mas também esperar a liderança e a briga pelo título brasileiro de 2022. Contudo, há muito tempo o Flu foi transformado em figurante, atendendo a interesses que não são os do clube nem da torcida. Talvez por isso seja necessária a relação entre bajuladores que se nota claramente nas redes sociais e na internet tricolor.

Que o próximo ano seja de um sonoro não a tudo isso, antes que seja tarde. A falta de vergonha na cara não pode derrotar o Fluminense.

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