Editorial – A pantomima de Zé Colmeia

Alimentada diariamente por uma programação inspirada pela Rede TV, a internet do futebol carioca fervilhou nos últimos dias contra o Fluminense.

Como se já não bastasse a fábrica de fake news emitidas regularmente pelo clube, travestindo uma tragédia financeira como “grande gestão”, desta vez o Fluminense foi vitimado por gente de fora. No caso, o fisioterapeuta vascaíno Fernando Lima, conhecido pela alcunha de Zé Colmeia e por sua ligação pessoal com Romário, senador e ex-craque tricolor. Esta ligação deu a ZC a chance de trabalhar em clubes do Rio.

Segundo o fisioterapeuta, em declaração num podcast, ele salvou o Fluminense do rebaixamento em 2003 ao subornar o time do Juventude, envolvendo na história o ex-presidente David Fischel, incapaz de se defender uma vez que faleceu há anos.

A descrição do crime aponta bravatagem sem qualquer possibilidade de materialização, natural num país onde qualquer um fala o que quer e a verborragia vira fato por decreto. Mas o que chama atenção é que, lutando contra o rebaixamento por várias rodadas e tendo conseguido grandes vitórias contra o Coritiba – numa virada histórica – e o Corinthians, o “corrupto” Fluminense tenha deixado para “resolver o assunto” justamente na última rodada. E numa partida no Maracanã onde jogava pelo empate, sem grande mobilização da torcida tricolor.

Com uma breve espiada no Google, é fácil verificar que Fernando Lima tem muitas opiniões formadas sobre tudo, trazendo para si um protagonismo até então desconhecido no país. De toda forma, a atual gestão do Fluminense, famosa pela perseguição judicial e internauta que impõe aos que não se alinham com ela, no estilo tigrão, até o momento deu uma de tchutchuca e não se manifestou sobre o assunto. A defesa institucional do Fluminense é dever de sua gestão ou, ao menos, deveria ser.

De toda forma, apaixonado torcedor do Vasco e auto declarado prócer em manobras contra o rebaixamento, Fernando Lima não foi capaz de utilizar seus métodos para salvar o clube da Colina do descenso nos anos de 2008, 2013, 2015 e 2020.

Não deixa de ser um fato curioso.