Editorial – A nova canelada de MaBi

Da série “De onde menos se espera é quem não vem nada mesmo”.

“Os clubes do futebol brasileiro que são vencedores são punidos na temporada seguinte. O Fluminense foi punido porque saímos de férias no dia 26 de dezembro, voltamos 26 de janeiro. Iniciamos com o time 3, nem o time 2. Há dois anos, a gente ganhou o Campeonato Estadual, escrevemos um livro para comemorar e fomos criticados. O importante era ganhar a Libertadores. Fomos bi estaduais, fizemos nova homenagem e fomos criticados.”

Depois do show de sandices oferecido por Fernando Diniz e sua trupe, estas foram as palavras do presidente tricolor em pleno sorteio da Libertadores 2024.

A narrativa de que o Fluminense foi punido pelo calendário brasileiro é risível. O clube anunciou que o time titular faria um trabalho à parte, só voltando na nona ou décima rodada do Carioca 2024. Por motivos que só Deus sabe, a volta foi antecipada sem explicação em quatro ou cinco rodadas. Na TV, repórteres da Band que cobriam a volta dos titulares contra o Bangu assim disseram: “Os jogadores resolveram voltar antes do planejado”…

A torcida tricolor não é nem um pouco contrária a livros, quanto mais este PANORAMA, cuja produção literária em 12 anos beira entre 15 a 20% do acervo bibliográfico do clube. O que se questionou e com justiça foi o caráter meramente politiqueiro da publicação em 2022. Quem parece desprezar livros, ao menos os que não sejam produzidos por seus funcionários e bajuladores, é a própria direção do clube, que faz questão de invisibilizar e boicotar os diversos autores que, por inúmeros motivos, seguem caminhos independentes, enquanto em outras agremiações os escritores são valorizados, ouvidos e até convidados a liderar a vida intelectual das instituições.

Por fim, parece lógico que boa parte da torcida tricolor não é trouxa, e por isso mesmo não aceitou a maneira como o Fluminense praticamente jogou fora um tricampeonato esperado há décadas, com base em decisões estapafúrdias e atuações abaixo da critica. Por que o Fluminense planejaria desprezar uma competição histórica disputada em até 15 rodadas a troco de outra, disputada em menos de dez dias contra um time fraco que sequer tinha estreado profissionalmente na temporada?

Para piorar, o presidente ainda insiste na falácia de comparação entre 2022/2023 e as gestões anteriores, como se não tivesse feito parte deles de forma decisiva, inclusive celebrando dezenas de contratos com jogadores que trouxeram notórios prejuízos do ponto de vista esportivo e financeiro.

Não há bicampeonato carioca e Copa Libertadores que apaguem as barangadas da Era Flusocio, com a qual o presidente tricolor sempre teve notória intimidade.

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Este PANORAMA espera que o Fluminense aproveite o tempo livre até abril para preparar seu time, visando finalmente estrear em 2024 e disputar os títulos. Menos verborragia barata e mais ação.