Se você acha que o Fluminense está muito bem porque acabou de conquistar uma vaga na Copa Libertadores, é direito legítimo seu. No entanto, muito além da classificação internacional, o Fluminense carrega uma série de problemas internos que ameaçam sua condição de clube grande a médio prazo.
Incapazes de se renovar estruturalmente, as sucessivas gestões tricolores têm usado os jovens jogadores de Xerém como cheque especial para tapar parte do rombo das contas tricolores, literalmente correndo para não chegar tal como no campo.
Os menos ingênuos já perceberam a grande campanha feita há anos, vendendo urina como se ouro fosse. Redes sociais cheias de anônimos com textões “populares” em defesa da gestão, gabinetes do ódio a todo vapor, influencers instantâneos de aluguel defendendo malabarismos econômicos que nunca testaram profissionalmente e, por fim, o velho curral eleitoral de sempre, com todos os seus vícios que tanto prejudicam o clube.
Na lida política, o momento não poderia ser pior. A pouco mais de vinte dias para as eleições no clube, a oposição é incapaz de se unir por conta de vaidades, personalismos e outros procedimentos subterrâneos, a ponto de se tentar desprezar um ano de trabalho político já realizado por um dos pré-candidatos, fato raríssimo na encardida vivência política do Tricolor. O individualismo e o casuísmo superam a necessidade urgente de união tricolor. Imagine se algum dos atuais players do Fluminense tivesse em seu currículo a construção de uma cidade inteira, caso de Guinle, ou a montagem do time mais famoso do mundo, caso de Horta…
Que a SAF é um processo muito importante e que precisa ser discutida de maneira ostensiva, é fato. Agora, é necessário combater o sofisma intelectual de que se trata da única saída econômica para o clube. Todas as pessoas com mínima formação intelectual sabem disso, e se o tema virou uma obrigação inquestionável, sugere que há mais gaviões no céu do que se imagina…
Se nada mudar drasticamente nos próximos dias, mais uma vez a eleição do Fluminense será um protocolo de cartas marcadas, com resultado previamente conhecido e completamente alheio aos reais interesses do clube e de sua torcida. Mais três anos de uma agência de aluguel de camisas para veteranos em final de carreira, com muitos lucros para empresários e seus “irmãozinhos”. Para parte da torcida, um Carioquinha de dez anos e uma vaga na Libertadores já servem …
Ser campeão para que, não é mesmo? O importante é competir…