Ou tarde demais?

[Atualização]

A diretoria não quis saber se ainda era cedo ou tarde demais e demitiu Ricardo Drubscky, hoje às 13h. Cuca, apesar de ser o sonho de grande parte da torcida tricolor, ainda parece longe e o nome que os ventos sopram é o de Argel Fucks (melhor evitar trocadilhos). Pode ser até que tudo mude até este momento que você está lendo minha coluna.

De qualquer forma, fica o convite para a leitura integral da coluna e para a reflexão.

[Fim da atualização]

Ricardo Drubscky já está a perigo? Segundo a diretoria tricolor, não. Mas segundo uma boa e crescente parte da torcida, já devia ter ido embora. Aliás, mesmo antes de ser anunciado no dia 24 de março, ele já sofria forte resistência. Quem era ele pra assumir o Fluminense? Um técnico que só tinha passado por times medianos e pequenos, sem grande sucesso. Ah, ele escreveu um livro sobre futebol? Legal, nunca ouvi falar.

Mas vamos aos pontos positivos da decisão da diretoria em contratá-lo: baixo custo necessário em nossa realidade financeira e a tentativa de sair do círculo vicioso de técnicos no futebol brasileiro, em especial, no futebol carioca.

Porém, tudo faz parecer que o que o Fluminense precisava mesmo é de alguém que chegasse para pôr ordem na casa. Que chegasse falando grosso.

Semana passada, durante a Rádio Panorama, expressei meu receio de que o Drubscky fosse um grande teórico do futebol sem a habilidade para empregar seu conhecimento. Hoje vejo um quadro pior, um quadro no qual está escrito que toda a teoria na qual ele acredita está errada.

Veja bem, sou da turma que queria deixá-lo trabalhar e pagar para ver. Sua participação no Euricão não poderia servir de parâmetro, mesmo com aquele pífio segundo jogo das semifinais. Ok, bastante tempo para treinar e na sua real estreia, uma vitória magra e sofrida sobre o Joinville. A postura agressiva do time foi perfeita, mas a dificuldade em finalizar foi aterrorizante.

Mais uma semana para treinar e armar o time para enfrentar um adversário que jogaria uma verdadeira final na quarta-feira. A vantagem para traçar uma estratégia era toda do Drubscky. Todos sabemos que hoje o elenco atleticano é superior ao nosso, mas ninguém esperava o massacre. Fluminense entregue, sem vontade, sem saber se defender, sem saber atacar, sem mostrar um mínimo de futebol. Os 4×1 foram um tremendo lucro para nós. A goleada poderia ter sido daquelas históricas a serem lembradas para sempre.

O fato de Magno Alves e Antônio Carlos terem jogado novamente pelo Flu acabou passando despercebido.

Mas então, será que nosso técnico é tão ruim assim? Ou temos que considerar salários atrasados e um resquício de “milionários entediados”? Ou pior, nosso time é mesmo abaixo da média? Gosto do pensamento do meu amigo João Leonardo Medeiros em sua coluna de ontem, quando defende a contratação de três “Freds” e transformar gasto em investimento. Esquema “construa e eles virão”, como no filme Campo dos Sonhos. Porém, a diretoria prefere seguir o caminho contrário e já anunciou que não contrata ninguém sem antes zerar as dívidas. Bom, é uma aposta. É a certa? Acho que não, mas espero que sim.

Voltando ao Drubscky, é cedo para colocar a culpa em seus ombros e mandá-lo passear ou tarde demais para esperar qualquer coisa dele ou de 2015? Agora a notícia do Cuca estar voltando para o Brasil, demitido na China, agitou ainda mais os ânimos tricolores. Mas se for chamado, será que aceita? Papo para uma próxima coluna. O resultado de domingo pode dar a palavra final em todas essas questões.

ST!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @Rods_C

Imagem: Cezar Loureiro – Agência O Globo / Guis Saint-Roman