ALEGRIA I
Tanto quanto vencer, é bom demais ver o time jogar bem, com atitude, lembrando o velho Fluminense antes da era do tédio.
No futebol de hoje, é perfeitamente possível um conjunto sem jogadores renomados conseguir bons resultados, desde que a aplicação física e tática seja a máxima possível. É o que tem acontecido com o Flu. Agora, sem bostejar ou criar hipérboles surrealistas, independentemente do adversário de domingo passado, o nosso time jogou um partidaço, apenas desacelerando naturalmente porque nenhum time consegue manter aquele ritmo alla Neil Peart na bateria por uma hora e meia.
Repetindo: bom DEMAIS!
Que continue assim, sem fatores exógenos a atrapalhar o campo.
PREOCUPAÇÃO I
Um jogador machuca, outro machuca, e como fica a reposição?
Ok, não temos grana, isso é sabido e falado aos dezesseis cantos, mas não dá para não pensar a respeito. Estamos na conta apertada do chá.
Isso sem contar a maldita janela (e eu espero que ela não nos cause a sensação de horror).
PREOCUPAÇÃO II
Nos últimos anos, com boas e más jornadas, a torcida do Flu permaneceu alheia às arquibancadas.
Acredito que são vários os fatores que explicam tal afastamento gradual. O caos do Rio, os anos de nomadismo (desprezando Laranjeiras), a new order que estimulou desprezo às TOs, o belicismo da panfletagem politiqueira e das redes sociais etc.
O time está bem demais e merece públicos melhores, ok. É um fato. Até o Edinho, tão criticado, deu força no domingo, convocando a torcida tricolor a prestigiar o time (nenhum dos críticos o elogiou desta vez…).
Mas é preciso fazer algo mais inteligente do que esse quase dedo na cara virtual de “É sua obrigação estar presente”. Não cola. Nunca colou.
Descontem os tempos da Máquina (maior público médio da história do nosso time), e qualquer torcedor com mais de 50 anos de idade e frequência aos jogos cansou de encarar públicos de 1.000, 2.000, 3.000 pagantes no Maracanã. Certa vez, numa noite de muita chuva no Rio, o Flu encarou a Flamenguesa diante de 600 cabeças…
Não estamos falando de garotos no alistamento militar, ora!
PREOCUPAÇÃO III
Atualmente falo o mínimo possível desse negócio de política do Fluminense. O Brasil já me toma tempo demais.
Só espero que os acontecimentos recentes não resultem em prejuízos para o campo. E só. Quem não atrapalhar, já ajuda bastante.
No mais, em 2019, eu já sei em quem NÃO vou votar. Na verdade, já sabia desde 2016 ou até 2013.
Quem não pôde contar comigo naquela ocasião, continue a contar com minha ausência. É uma questão de coerência.
ALEGRIA II: NOVO LIVRO
Pra turma que segue meu trabalho fora do futebol, em julho chega às lojas meu oitavo livro, intitulado “Os trechos dos livros que ainda não foram escritos”.
Em contos reduzidos, são histórias de amor, solidariedade, desejo, sexo, política, música e outras maluquices.
Tem a participação especial da escritora Amanda Rodrigues, o prefácio é do jornalista e superdocumentarista Marcelo Migliaccio, a direção é do lépido Zeh Augusto Catalano.
Desde já, o escriba agradece a força da turma de coração e abraços.
Futebol é muito para todos nós, mas um escritor de verdade – não confundir com panfleteiro de blog ou nanocelebridade da internê – precisa ir além das quatro linhas . A vida tem várias vertentes.
Depois eu conto do lançamento e tal. Todo mundo pré-convidado, com exceção dos babaquaras – e, cá entre nós, a ausência destes é um favor…
Panorama Tricolor
@Panorama Tri @pauloandel
#JuntosPeloFlu
Imagem: rap