Oi, pessoal.
Sim, gosto do trabalho do Enderson, não somente sobre seu comportamento como defensivamente falando. Ele foi contratado após o time sofrer uma humilhante derrota para o Atlético-MG e, ao contrário dos seus três antecessores, soube “fechar a casinha”.
A partir disso, o time pode respirar para achar um gol. Conseguiu contra Goiás, Cruzeiro, Atlético-PR, Grêmio… um gol, dois no máximo. Três é demais e só aconteceu contra o Flamengo. Dentre os oito primeiros colocados, é o time que menos marcou gols.
Mas os meus doze leitores, dos quais sete são parentes e cinco são amigos, sabem que rechaço a análise baseada nessas estatísticas e seus números no caso do futebol. Porque diferentemente do basquete, vôlei, rugby, futebol americano, beisebol e afins, um esporte em que a omissão e a falta de ação interferem no rendimento, os números não pegam, não dizendo tudo sobre o jogo.
Isto posto (risos), o problema nem é marcar poucos gols, embora seja um indicativo curioso. O problema que vem me preocupando é a postura passiva do time: mesmo nas vitórias, como a última, contra o Figueirense, dos noventa minutos, em poucos deles, se impôs no jogo.
O Fluminense do primeiro tempo da peleja passada tem sido o Fluminense na maior parte dos jogos: cozinhando o jogo, esperando o adversário, sem ímpeto ofensivo, sem agredir. Não há em esporte algum reconhecimento e vitória se você não atacar com o mesmo ímpeto que se defende. Isso chama-se equilíbrio e é básico, para não dizer fundamental.
O Fluminense que voltou para o segundo tempo contra o Figueira, sem mais o horroroso 4-5-1 do Enderson, já que Wellinton Paulista foi mais um homem de área que se deslocou para os lados e Cícero, mais meia, fez o time ser o que DEVE ser: equilibrado e que ataca como defende – em bloco e não com apenas quatro jogadores, distantes uns dos outros.
É muito importante esse equilíbrio de também atacar em bloco – com as linhas subindo junto – por razões simples:
– sem o meio-campo também compactado com o ataque, perdemos opção de passe e a condição de manter certa posse de bola. Posse esta que descansa o setor defensivo, cansa o adversário e possibilita trabalhar melhor a jogada em busca do gol. Espaçados, ficam isolados, minguando o poder de fogo ofensivo porque o time é bloqueado com facilidade.
– além disso, ao recuperar a bola, o adversário terá um corredor na meiuca para pensar e armar seu contra-golpe, mesmo ser ter levado golpe algum… e os que foram atacar, têm que voltar rapidamente, sendo sacrificados fisicamente. São os que mais correm no time, sem necessidade.
Mas quando um time se defende e ataca em bloco, como vi o Atlético do Cuca e o bicampeão Cruzeiro do Marcelo Oliveira, cada jogador corre menos e seu desgaste é menor porque sempre tem um companheiro por perto tanto para o passe quanto para a cobertura em caso de perder a bola – e dificilmente a perde porque exatamente tem mais companheiros próximos para o passe.
Desengesse o time, Enderson! Treine a saída em bloco, como aconteceu naqueles vinte minutinhos em que o time CONSTRUIU seus dois gols; afinal, depois deu uma respirada natural, mas demorada, porque mesmo com um a mais, não voltou a atacar com ímpeto.
Isso é perigoso e errado! É brincar com a sorte! Levasse um gol num escanteio maroto e perderíamos, mais uma vez, três pontos cruciais num jogo ganho por ter como modelo de jogo, uma postura passiva.
Desengesse o time, Enderson! O jogador de velocidade chegou (Osvaldo), o time GANHOU o Ronaldinho, que mesmo apagado ou um vagalume, só em atrair um marcador já abre espaço para o companheiro jogar, e Cícero, que bate um bolão, já aproveitou isso contra o Figueira. E ganhamos Jean também quando o time avança as linhas.
Desengesse o time, Enderson! Seu modelo de jogo não está funcionando, especialmente, nos jogos fora de casa. Suba de patamar como o elenco subiu! Porque para esse quarteto funcionar é fundamental que o time ataque em bloco com eles.
Começa o segundo tempo do Brasileirão, começa a Copa do Brasil e 0 a 0 NUNCA pode ser melhor que 2 a 1! Começa o momento em que a cobra fuma e veremos quem é quem. Os erros de arbitragem, com isso, igualmente, aumentarão. E esses erros do apito, involuntários, coincidentemente ou não, são 99% contra nós.
Por tudo isso, é urgente que nosso comandante aumente o ímpeto ofensivo do time, que deve apoiar o quarteto de ataque como dele recebe o apoio. Isso é conquistar um time equilibrado. E ter um time equilibrado é o mínimo para que possamos superar todo cenário adverso. Se Enderson não conseguir, os próprios jogadores precisam fazer isso por ele. Caso contrário, ficaremos no caminho. Uma punição injusta para eles e para nós, torcida.
TOQUES RÁPIDOS:
– E não é que já ouvi comentarista na TV falando que Ronaldinho, Cícero e Fred juntos vão prejudicar o Fluminense na marcação? (Há, há, há). Isso já virou patológico, pelo amor de Deus! Não adiantou nada ser humilhado por Alemanha e Holanda! Só piorou porque o Dunguismo veio nos dizer que sofremos porque não estacionamos um caminhão na defesa, como dizem os portugueses.
– Sobre a afirmação acima, peço, solicito, imploro por uma questão: observe o número de jogadores adversários que deixam de nos atacar para vigiar o Ronaldinho, além da dupla de zaga que fica na linha do Fred. Pelo menos, três. Agora faça como no futebol atual e deixe também o atacante de velocidade nas costas de um lateral. Três jogadores nossos soltos contra menos quatro do adversário. Igual sete jogadores nossos defendendo e no máximo, seis jogadores do adversário atacando. Ou seja, teremos sempre uma sobra. E mais: com três jogadores da posição, Edson, Jean e Cícero, fazendo o tridente protetor da primeira linha de quatro.
– É assim: adversário segurar jogador, até contra os times grandes, está bem? O.K. Obrigada.
– Pelo amor de Deus, vamos virar o disco: várias teorias do Sebastião Lazaroni usadas na Copa de 90, que nos infestaram de geração Dunga, estão ultrapassadas. O futebol virou a página já. Curem-se dessa desgraça que dizimou o talento e a qualidade dos nossos campos, que nos enche de excesso de transpiração e cada vez menos inspiração. Chega. Equilibrem as necessidades.
– A. T. A. C. A. R., Fluzão! Que venham o Papão e o JEC!
Abraços fraternos.
Panorama Tricolor
@PanoramaTri @CrysBrunoFlu
Imagem: fusanime.com
Crys, sou de Fortaleza e há muito sou sua leitora. Só não tinha feito comentários. Avalio que suas observações são absolutamente pertinentes. Se colocarmos, além disso, uma porção – bem generosa – de mobilidade, o time vai voar.
Oi Crystal. Sou seu leitor também.
O trabalho do Enderson é muito bom realmente.
Não acho o time amarrado por culpa do técnico. O que vimos de diferente naquele segundo tempo foi a simples movimentação dos jogadores e não a estratégia.
Aquela atitude é q falta nos jogos em especial quando o Fred tá fora.
Nosso problema tem sido a falta de movimentação, a maior parte do jogo parecemos um time de botão.
Foi por conta da movimentação que no primeiro gol o WP cruzou e o gol foi do Cícero…
Concordo plenamente Crys, o elenco tem vocação ofensiva não se deve podá-lo.
Crys, a partir de hoje ganhaste mais um leitor. rsrs. Adorei sua visão do esquema de jogo do time. E Temos que fazer uma campanha para mostrar aos jogadores o que a Flapre$$ tem falado do R-10, Fred e Cícero juntos, para depois ser a nossa vez, mais uma vez, de sacanear os mensageiros do apocalipse tricolor. Um Abraço e parabéns.
Muito boa análise! Concordo com tudo. ST!
Obrigada pela leitura e registro, Marcelo. Vamos torcer! ST
Muito boa análise, muito lúcida!
Muniz, valeu por sua leitura e seu registro nos comentários. Vamos ver se o time consegue melhorar seu ímpeto ofensivo. Torcendo muito rs
ST
Excelente análise da nossa grande Crys. Já pensou em mandar o seu currículo para a ESPN. Deixaria muito barbudo desempregado….
Abração de sempre!!
Queira-me bem, queridão. Desejar meu destino na ESPN-Brasil é safadeza kkk
Um beijo, saudades!
Oi Crys,
Saudações tricolores e acreanas, então sou seu décimo terceiro leitor (rs), e bem longe viu, concordo com tudo o q vc escreveu, quando eu for ao rio quero conhecer vc.
.
Beijo
Olá, Bardales! Que bonito saber que meu décimo terceiro leitor é do Acre! risos.
Um grande beijo.
Quando vier ao Rio, faço questão de conhecê-lo igualmente.
ST e muito obrigada.
Muito lúcida…..eu não tinha conseguido trocar em palavras o meu sentimento vendo os jogos do Flu.
Rumo ao Penta….eu quero acreditar!!!
ST
Muito obrigada, Gaia! Me preocupo da gente perder pra gente, né? Puxa!
ST.