O dedo podre da Rede Globo (por Rubem Gonzalez)



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Escrevi esse texto no ano passado sobre o alquebrado e outrora majestoso campeonato carioca. Usei para tal como início de trabalho os públicos das semifinais da Taça Guanabara, só para dar a real dimensão de onde nos metemos e o obscuro futuro que nos reserva o futebol.

É sim do ano passado, mas ninguém aqui tinha lido, está atual; diga-se de passagem, atualíssimo até o dia que Globo finalmente conseguir falir 90% dos clubes pequenos médios e grandes do Brasil, para fazer um campeonato de Real Corinthians e Flacelona com mais 18 times figurantes….

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O DEDO PODRE DA PODRE GLOBO

6.979, 1993. Sabem vocês o que são esses números? Difícil né? Sem uma dica qualquer fica dífícil demais saber o que significam dois números aleatórios, mas vou então colocar mais dois aqui: 60.617, 42.944.

E agora? quem não entendeu nada vai entender menos ainda, mas fiquem calmos que eu explico algo que tem tudo a ver com a grande paixão nacional, o futebol e o rumo da extinção irremediável a curto prazo que ele tomou.

Os primeiros dois números são referentes ao público ridículo, vergonhoso das duas semifinais ontem à tarde do moribundo e assassinado campeonato carioca, assassinado assim como todos os regionais do país, diga-se de passagem.

Já os dois outros números também são de públicos, são os dos jogos do Fluminense contra o Botafogo e o América no primeiro turno do longínquo campeonato carioca de 1976. Fiz questão de colocar os jogos do Flu porque foram num turno que ele nem tinha mais chances.

Em 1976 a população da cidade do Río de Janeiro era a metade da que é hoje, obviamente tinha menos torcedores, o Maracanã era um estádio de futebol para torcedor de futebol e não ópera house para frescos, aviadados e bostas em geral que vão a estádios para ficar de costas para o campo.

Isso é o resultado de 38 anos de domínio da Globo mancomunada com a CBF, que transformou o futebol numa sub novela de sua grade e numa imensa lavanderia de dinheiro sujo que circula pelo mundo – e tem no futebol uma das suas melhores praias.

O campeonato carioca de futebol de 1976 deve ter tido uns 10 jogos com públicos acima de 100 mil torcedores, só o Fla x Flu do primeiro turno em 16 de maio teve 155.000 pagantes. Hoje, nem somando a capacidade de todos os estádios juntos tem 155.000 vagas nas arquibancadas.

A Globo acabou com o futebol como acaba com tudo, a Globo é um câncer pois ela não promove nada, ela pega uma “commoditie” em alta, chupa até o bagaço e depois destrói, como destruiu o futebol com a ideia que deveriamos ter aqui campeonatos nos “moldes europeus”.

Aí extinguiram as gerais, transformaram as deliciosas arquibancadas de concreto e nossos banheiros precários, nossos bares fedorentos e nossos ambulantes em um teatro insosso, sem graça, ambulantes com chancelas de empresas monomarcas, proibições tolas e um futebol para quem não gosta de futebol.

O resultado está lá em cima, o sucesso absoluto da Globo, desse campeonato carioca de merda, sem público, sem gente, sem calor, onde faltam emoções e sobram armações. Onde o torcedor foi banido e em seu lugar apareceu o idiota que vai para as cadeiras com um cartaz “Galvão, filma eu”.

A Globo é única, ela realmente é quarto cavaleiro do apocalipse tupiniquim e ao mesmo tempo também é os outros três; na realidade, os quatro cavaleiros do apocalipse são a Globo, quer seja no futebol, na política ou até num singelo jogo de bola de gude. Onde a Globo mete a mão tudo apodrece…

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#JuntosPeloFlu

Imagem: rugo/pan

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